GT Teatro Brasileiro – Anais do VI Congresso

 
  • O Ator e seu público

Ana Lucia Ribeiro da Silva
Universidade Federal da Bahia – Faculdade Educação – FACED
Bolsa CAPES – supervisão PIBID
Professora Ensino Básico do Estado da Bahia
Resumo: Este artigo relata que: o envolvimento do ator com o seu público vem preservando a linguagem teatral hoje e sempre pois, o teatro proporciona ao seu espectador um gosto estético que não existe em nenhuma outra linguagem. O ator deve agir de forma integral sendo, também, agente da produção teatral garantindo assim o sucesso do espetáculo.O incentivo por parte do Estado para a linguagem teatral só será possível de fato com a reestruturação do incentivo à cultura, desbancando a política de abandono atual por parte do Governo.

Palavras –chave: Linguagem teatral, Ator/produtor, política do abandono.

  • Angela de Castro Reis

Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UFBA
Professora Adjunta – Doutora em Teatro – UNI-RIO
Professora do Departamento de Fundamentos do Teatro – Escola de Teatro – UFBA

Resumo: Nascido em Niterói, Leopoldo Fróes (1882-1832), iniciou sua carreira em 1903, em Portugal. Voltando ao Brasil em 1914, ascendeu profissionalmente graças à associação com a atriz Lucília Peres, com quem formou sua primeira empresa e graças à qual foi revelado como grande ator de comédia. A partir de Flores da Sombra (1917), de Cláudio de Sousa, a até meados dos anos 20, Leopoldo Fróes firmou-se como o mais importante ator e empresário brasileiro.
A colaboração com elencos portugueses, “o sotaque, a boa colocação dos pronomes, a maneira de vestir e a nostalgia” fizeram com que Fróes fosse considerado por Alcântara Machado “mais ator português que brasileiro”. Sua carreira é um expressivo exemplo da intensa e persistente presença portuguesa nos palcos e no modo de atuar de atores brasileiros.

História do teatro brasileiro, modos de atuação, atores brasileiros

  • Os profissionais teatrais e a construção de uma política para o teatro brasileiro (1930-1945)

Angélica Ricci Camargo
Programa de Pós-Gradução em História Social – UFRJ
Mestranda – Sociedade e Política – Orientadora Profa. Dra. Marieta de Moraes Ferreira
Técnica em Assuntos Culturais – Arquivo Nacional/RJ

Resumo: O trabalho tem por objetivo analisar o papel de algumas entidades como a Casa dos Artistas, a SBAT, a Associação Brasileira de Críticos Teatrais e o Sindicato dos Trabalhadores de Teatro de São Paulo no contexto de construção de uma política para o teatro durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945). Para isso, reconstruiremos as trajetórias de algumas dessas organizações, destacando a reunião de vários profissionais em torno da luta por melhores condições de trabalho, e, em algumas ocasiões, com finalidades mais amplas, como a da “criação do teatro nacional”. Assim, mostraremos como estas atuaram cobrando a atenção dos poderes públicos para a necessidade de iniciativas para a área, e alcançaram êxito com a criação de dois órgãos voltados para o assunto: a Comissão de Teatro Nacional e o Serviço Nacional de Teatro.

Palavras-chave: Teatro brasileiro – Profissionais teatrais – Governo Vargas (1930-1945).

  • A ‘Nova Dramaturgia’ Brasileira: Maria Adelaide Amaral

Christina Barros Riego
Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira – FFLCH/USP
Doutorando – História do Teatro Brasileiro – Or. Prof. Dr. João Roberto Faria

Resumo: Após o período de hegemonia da censura, no qual a dramaturgia política se sustentava por meio de recursos linguísticos como a metáfora, a abertura politica levou à cena um teatro de palavras que faz uso do discurso direto para retomar à problematização do sujeito, do indivíduo.  O confronto direto das personagens e a análise minuciosa dos relacionamentos permeiam um cenário no qual o plano social não mais se dissocia do individual. Essa nova fase da dramaturgia brasileira ganha destaque pelo crescimento da produção feminina, consciente e sensível ao novo momento político do país, às relações e às transformações sociais. Destacamos a dramaturgia de Maria Adelaide Amaral, a partir da qual discorreremos sobre o uso de técnicas narrativas na representação dos personagens e de suas relações.

Palavras-chave: Maria Adelaide Amaral, ‘teatro de palavras’, abertura política.

  • A  representação da cidade na crônica teatral carioca

Christine Junqueira Leite de Medeiros
Doutora em Teatro pelo Programa de Pós-Graduação em Teatro – UNIRIO
Professora e pesquisadora

Resumo: A palavra crônica está relacionada ao termo grego khronos, que significa tempo. E é voltando no tempo que se verifica como os fatos teatrais de uma cidade como o Rio de Janeiro são descritos e eternizados através do olhar dos cronistas. O cronista teatral faz seu comentário sobre a encenação, mas não resiste à tentação de revelar, com humor e ironia, flagrantes observados sob um ponto de vista peculiar que ultrapassa os limites do palco. Esta comunicação, ao analisar registros publicados na imprensa carioca durante os séculos XIX e XX, ressalta a inserção do teatro na vida da cidade, por meio da crônica teatral, como contribuição para a história do teatro.

Palavras-chave: crônica teatral, teatro carioca, história do teatro

  • Os antecedentes da crítica teatral brasileira: dos românticos aos modernos

Christine Junqueira Leite de Medeiros
Doutora em Teatro pelo Programa de Pós-Graduação em Teatro – UNIRIO
Professora e pesquisadora

Resumo: A partir da terceira década do século XIX até meados do século XX, a crítica teatral publicada nos jornais revela, em seu discurso, padrões estéticos impregnados de um espírito romanesco de idealização que legitima a formação de cânones. Folhetins do período romântico, crônicas do fim do século XIX e a crítica moderna de meados do século XX harmonizam-se sob diversos ângulos na propagação dos seguintes ideais: a instituição de um teatro modelar, o exercício de uma crítica didática, a conjugação da imprensa com a literatura e a valorização do texto dramático.

Palavras-chave: folhetim, crônica teatral, crítica teatral jornalística

  • Qual drama?

Edelcio Mostaço
Programa de Pós-Graduação em Teatro – PPGT – Udesc
Professor Associado – Dr. em Teatro – USP
Bolsista Pq – CNPq

Resumo: As considerações recentes relativas ao pós-dramático vêm recolocar a necessidade de uma rediscussão do conceito de drama, bem como dos gêneros artísticos aos quais ela está associada. Tais considerações, que pareciam ultrapassadas após os anos de 1970, ganharam uma inesperada sobrevida, uma vez que o pós-dramático carrega em si a problematização de um sem número de componentes tradicionalmente vinculados ao gênero dramático. Existem distintas noções de drama – na Inglaterra, na Alemanha e na França -, de modo que, antes de mais nada, torna-se necessário se precisar qual o sentido de emprego dessa noção quando aplicadas ao presente. Como o Brasil adotou a noção francesa, as discussões sobre o pós-dramático de matriz alemã encontram entre nós algumas dificuldades e obstáculos que merecem ser precisados.

Palavras-chave: drama, dramático, pós-dramático.

  • O Acervo Paschoal Carlos Magno e as novas perspectivas para a análise do teatro brasileiro moderno

Fabiana Siqueira Fontana
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – Unirio
Doutorado – História e historiografia do teatro – Or.ª Prof.ª Dr.ª Tania Brandão

Resumo: Paschoal Carlos Magno é um nome que merece uma atenção especial por parte de nossa historiografia teatral quando se trata de discutir o teatro brasileiro moderno. Ele foi um dos responsáveis por criar uma nova finalidade ao teatro brasileiro, associando cultura nacional, educação e arte, sob o auspício do Estado. Investigar a sua trajetória é uma forma de incorrer pelos meandros do processo de instauração do teatro moderno no Brasil. Para tanto, o Acervo Paschoal Carlos Magno, locado no Centro de Documentação da Funarte (Rio de Janeiro), se mostra um vasto campo de pesquisa. Com fontes primárias ainda inéditas, este arquivo privado revela por quais redes de sociabilidade se deu o estabelecimento, a partir dos anos 30, de um novo fazer teatral no nosso país.

Palavras-chave: teatro brasileiro moderno, Paschoal Carlos Magno, arquivo privado

  • A trajetória conceitual do Teatro Sul-mato-grossense: considerações sobre suas origens, apontamentos para novas narrativas históricas.

Fabrício Goulart Moser
Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas – UNIRIO
Mestrado – História e historiografia do Teatro – Or. Prof. Dr. Tânia Brandão
Bolsa CAPES
Ator e diretor

Resumo: Nas cidades do sul do antigo estado de Mato Grosso nasceram artistas importantes para os palcos brasileiros do século XX, como Rubens Corrêa e Glauce Rocha. No entanto, a produção teatral desta região, que veio a formar o estado de Mato Grosso do Sul, não acompanhou no mesmo período a projeção de seus artistas natos. Na verdade, o teatro aparece como prática social nestas cidades antes do nascimento destes artistas, e, desde então, segue presente até os dias de hoje. Já o reconhecimento obtido por eles refere-se a uma produção ligada aos palcos da cidade do Rio de Janeiro, de onde poucas vezes regressaram à sua região de origem. Apresentar as relações existentes entre estes artistas e o seu espaço de origem evidenciam um fato que estranhamente parece ocorrer em MS: porque seriam estes os artistas que se tornaram os representantes do teatro regional? Mas se sabe-se que não foram estes os responsáveis pela permanência e continuidade da produção teatral da região, portanto, quais seriam os legítimos heróis desta aventura? Com o objetivo de descobrir estes heróis autênticos partimos em busca de informações a respeito do assunto, queremos encontrar artistas, grupos e instituições, ações, movimentos e tendências que fortaleceram a atividade teatral produzida nas cidades sul-mato-grossenses. Nosso referencial de pesquisa são as cidades para vermos, na região, o desenho de um movimento teatral único, construído em dois momentos fundamentais: o primeiro, teria iniciado e se desenvolvido nas cidades ao sul do antigo estado de MT, e o segundo, teria continuado através destas cidades, após 1979, no estado de MS. Neste ensaio, nosso foco de pesquisa será o primeiro momento, originário.

PALAVRAS CHAVE: Teatro Sul-mato-grossense, Teatro Brasileiro, Crítica Teatral, História do Teatro Brasileiro.

  • Honestas, desquitadas ou prostitutas: gênero e sexualidade no teatro brasileiro

Prof. Dr. Ferdinando Martins
ECA-USP
Docente
Resumo: Este trabalho apresenta resultados da pesquisa Corpo, comunicação e censura: um estudo a partir do Arquivo Miroel Silveira, realizada com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, que teve como objetivo entender como temas relacionados ao gênero e à sexualidade foram compreendidos pela censura teatral em São
Paulo, de 1930 a 1970. Analisa as decisões da censura em relação à sexualidade feminina, tanto em relação às personagens das peças submetidas à censura quanto às atrizes as interpretavam. Trata das mudanças nos padrões morais durante o século XX face à emergência do corpo e da sexualidade como elemento significativo nos palcos brasileiros, apesar das proibições e intervenções da censura. Apresenta o contraste entre a censura das peças escritas e o corpo visto em cena, quando gestos, luzes e movimentos são acrescentados às palavras. Foi possível identificar como mudanças na moralidade foram vistas de diferentes maneiras, revelando que a censura não é um instrumento racional de controle e sim, ao contrário, a expressão de valores pessoais, refletido nos relatórios dos censores teatrais as construções sociais relacionadas ao corpo e à moralidade.

Liberdade, liberdade e o moderno teatro brasileiro

  • Gabriela Maria Lisboa Pinheiro

Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira da USP
Doutoranda – Teatro Brasileiro – Or. Prof. Dr. João Roberto Faria
Professora de Língua Portuguesa e Literatura

Resumo: Millôr Fernandes representa, sem dúvida alguma, um dos nomes mais importantes da literatura brasileira contemporânea. Sua larga produção literária inclui, entre outros tipos de texto, peças teatrais, musicais e traduções. Assim como acontece a diversos autores brasileiros, sua produção literária, e especialmente a teatral, ainda não foi estudada na mesma medida em que é (re)conhecida. Este trabalho pretende desenvolver uma análise dos aspectos formais de criação da peça Liberdade, liberdade, escrita juntamente com Flávio Rangel, em 1965. A estrutura do texto é inovadora e constrói uma sátira ao comportamento humano, especialmente daqueles que estavam ocupando o poder. Observaremos também em que medida a peça dialoga com o moderno teatro brasileiro, que havia nascido no início da década de 1940.

Palavras-chave: teatro brasileiro; Millôr Fernandes; Liberdade, liberdade

  • Três estudos sobre presença: Strip-tease, Ensaio.Hamlet, Formas Breves

Inês Cardoso Martins Moreira
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UNIRIO
Professora Adjunta – Doutor em Artes Cênicas – UNIRIO
Resumo: Algumas das questões que atravessam a minha atual pesquisa, “Texto e presença: o personagem, o ator e a materialidade visual e sonora do texto teatral”, nortearão esta comunicação. A pesquisa se volta, simultaneamente, para questões cênicas suscitadas, por um lado, por textos que tendem a forçar os limites dos gêneros literários e modos discursivos, por dramaturgias que tendem a pôr o drama em questão e, por outro lado, por encenações que desafiam os paradigmas habituais que orientam o trabalho do ator em cena e sua relação com o texto dramático. Para discutir alguns destes pontos, tomarei, como estudos de caso, os exemplos de três espetáculos distintos, encenados no Brasil, a saber: “Strip-tease” (2000), “Ensaio.Hamlet” (2004) e “Formas Breves” (2009).

Palavras-chave: dramaturgia, cena, presença

  • A preparação corporal no Teatro Musical – um estudo em andamento

Joana Ribeiro da Silva Tavares
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UNIRIO
Pesquisadora Recém-Dra do PPGAC – UNIRIO
Bolsista PRODOC/CAPES – Programa de Apoio a Projetos Institucionais com a Participação de Recém-doutores (2008-2012).

Resumo: A função da preparação corporal vem se consolidando há quatro décadas no teatro brasileiro, tomando-se como um dos marcos referenciais a montagem A Ópera de Três Vinténs (1967), coreografada por Klauss Vianna (1928-1992). Originária do ballet clássico, essa função sofreu inúmeras variações até a retomada dos Musicais na década de 1980, quando voltou à acepção da coreografia. Esta pesquisa busca realizar uma análise-reconstituição da figura do coreógrafo, que migrou do ballet para o teatro, para atender a demanda expressiva da cena teatral carioca, cuja tendência pelo gênero de Musicais remonta ao séc. XIX.

Palavras-chave: Teatro Brasileiro; Preparação Corporal/Coreografia; Teatro Musical.

  • Lusófonos e lusófobos: a querela teatral entre brasileiros e portugueses e a proposta de brasilidade teatral de João do Rio

Julio Lucchesi Moraes
Programa de Pós-Graduação em História – FFLCH-USP
Mestrando – História Econômica – Or. Prof. Dr. José Flávio Motta
Bolsa FAPESP
Professor do Departamento de História Econômica – Universidade de São Paulo

Resumo: O trabalho tem por objetivo refletir sobre a temática da emergência da brasilidade teatral no início do século XX. Para além da análise de elementos estéticos das peças e montagens do período, a reflexão pretende deter-se em questões de ordem social e econômica. Referimo-nos, sem embargo, às preocupações de natureza prática, tais como a composição de quadros profissionais e sua capacitação técnica, os direitos autorais de escritores, a rentabilidade do setor etc. A tal mudança de enfoque analítico – de um “paradigma estético” de brasilidade teatral em direção a um “paradigma econômico” – atrela-se uma reorientação na escolha das fontes e referências bibliográficas. Assim, o artigo realizará um resgate de propostas e de autores pertencentes ao dito grupo “pré-Modernista”, notadamente junto às crônicas e críticas de João do Rio a respeito da querela entre grupos e empresários teatrais brasileiros e portugueses no período.

Palavras-chave: História do Teatro, Brasilidade, História Econômica da Cultura.

  • O Jornal como Fonte de Pesquisa para o Teatro na Bahia entre 1956 e 1961: Análise dos jornais A Tarde, Diário de Notícias e Jornal da Bahia.

Jussilene Santana
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UFBA
Doutoranda em Artes Cênicas
Bolsista CNPq.
Atriz e Jornalista.

Resumo: A comunicação apresenta algumas conclusões das análises dos jornais baianos A Tarde, Diário de Notícias e Jornal da Bahia realizadas para a pesquisa de doutorado ‘Martim Gonçalves – Uma Escola de Teatro contra a Província’. São considerados textos e fotos sobre a produção cênica baiana entre 1956 e 1961. O período coincide com a fundação e primeira administração da Escola de Teatro da Bahia, primeira no país ligada a uma instituição de nível superior, a Universidade da Bahia. Em Salvador, a iniciativa abriu caminho para que procedimentos do teatro moderno fossem sistematicamente exercitados em inúmeros espetáculos. Durante cinco anos – num período conhecido como ‘Era Martim Gonçalves’, referência ao primeiro diretor da unidade – mudanças ocorrem tanto na cena teatral, quanto no jornalismo.

Palavras-chave: Teatro na Bahia, Universidade, Jornalismo, Moderno, Martim Gonçalves

  • Rasto atrás e As três irmãs: as personagens em seu espaço.

Larissa de Oliveira Neves
Professora Doutora do Departamento de Artes Cênicas – Unicamp
Fapesp

Resumo: Este trabalho consiste numa análise de personagens e espaço das peças Rasto Atrás (1966), de Jorge Andrade, e As três irmãs (1901), de Anton Tchekhov. O objetivo é observar como o local em que vivem interfere diretamente no modo de ser dos indívíduos. Andrade, leitor e admirador de Tchekhov, faz de Jaborandi um contraponto da cidadezinha de província russa e, apesar da distância entre as duas tramas, algumas personagens apresentam características análogas, que podem ser melhor compreendidas por meio de um exame conjunto. O cotejo permite elucidar como as personagens de Jorge Andrade, presas durante toda a vida na pequena Jaborandi, acabam vivendo numa esfera utópica de realizações inalcançadas, do mesmo modo que as três irmãs passam o tempo a sonhar com um futuro que nunca se realizará.

Palavras-chave: Jorge Andrade, Anton Tchekhov, dramaturgia.

  • MARIE LOUISE NERY – Uma vida dedicada à arte

Leila Bastos Sette
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UNIRIO
Doutoranda – Processos e Métodos da Criação Cênica – Or. Prof. Dr. José Dias
Bolsa CNPq
Resumo: No final da década de 1950, momento em que uma nova geração de artistas determinava a efetiva modernização da cena teatral brasileira, Marie Louise Nery chegou ao Brasil, desenvolvendo e enriquecendo a arte da criação cênica, principalmente, a do figurino teatral. A figurinista suíça, naturalizada brasileira, além da sua contribuição ao nosso teatro, durante mais de 50 anos, participou de diferentes produções artísticas, tais como: o Carnaval carioca, a Ópera e Ballet, o cinema e a televisão. Em todos esses meios deixou a sua marca de estilo inconfundível, em forma de poemas disfarçados de tecidos e máscaras.
Palavras-chave: Construção Cênica; Figurino Teatral; Caracterização

  • Luís Francisco Wasilewski

Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira – USP
Doutorando – Literatura Brasileira – Or. Prof. Dr. João Roberto Faria
Resumo: Este estudo analisa o roteiro do último espetáculo do grupo teatral Dzi Croquettes. Trata-se de Dzi Croquettes – TV Croquette Canal Dzi, encenado no ano de 1980, no Rio de Janeiro. Serão vistas nesta comunicação a importância histórica do grupo Dzi Croquettes, bem como a relação do grupo e do espetáculo Dzi Croquettes – TV Croquette Canal Dzi com a formação do movimento conhecido como Teatro Besteirol. Abordarei também os procedimentos cômicos do citado roteiro do espetáculo. Este trabalho dá continuidade ao estudo que desenvolvi no mestrado sobre o movimento artístico Teatro Besteirol.

Palavras-chave: Dzi Croquettes, Teatro Brasileiro, Teatro Besteirol

  • A Companhia Dramática Nacional e a imprensa paulista.

Maira Mariano
Programa de Pós Graduação em Literatura Brasileira-USP
Doutorado-Teatro brasileiro-Prof. Dr. João Roberto Faria
Professora de Língua Portuguesa-Universidade São Judas Tadeu

Resumo: O teatro brasileiro no início do século XX, marcado por peças estrangeiras e por espetáculos musicados, foi por muito tempo considerado sem valor artístico.
Desiludidos com esse quadro, os críticos repetiam o bordão da decadência do teatro nacional. Assim, alguns atores e dramaturgos tomaram medidas para, como acreditavam- resgatar o teatro brasileiro. Gomes Cardim foi um deles. Em 1917, organizou a Companhia Dramática Paulista para encenar peças consideradas sérias e literárias.

Palavras-chave: Teatro brasileiro, Gomes Cardim

  • Operações radicais de dramaturgia:  rastros de imagens em espetáculos de Bia Lessa

Maria Helena Werneck
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UNIRIO
Professor
Doutor em Letras Vernáculas, UFRJ, 1996
Bolsista Pq – CNPq

Resumo: O palco pode ser espaço de ausência, lugar propício ao acontecimento, recusando-se à estabilização descritível das coisas visíveis, cuja aparência característica reconhecemos de pronto. Em espetáculos criados a partir da década de oitenta, Bia Lessa, uma das autoras do discurso de encenação no Brasil, realiza experiências de processamento de narrativas literárias em dramaturgias não apenas fortemente abertas a linguagens plásticas, convertendo a palavra escrita em inscrição visual,  mas também propulsoras  de fontes sonoras corporais, submetendo o texto a novas lógicas rítmicas de enunciação. Com base em documentação em video, a comunicação analisa a escritura cênica dos espetáculos Cartas Portuguesas, Viagem ao centro da Terra e O homem sem qualidades.

Palavras-chave: Literatura; dramaturgia; espaço cênico; Bia Lessa

  • Ficção futurista, revolução, instituição: duas encenações itinerantes no Oi Futuro, Rio de Janeiro.

Nanci de Freitas
Instituto de Artes – Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.
Professora adjunta
Doutora em Poéticas do Teatro pela UNIRIO.
Pesquisadora.

Resumo: Reflexão  sobre duas encenações itinerantes realizadas nos espaços do Oi Futuro – Flamengo, Rio de Janeiro: Memória Afetiva de um amor esquecido, de Ivan Sugahara, de 2008, baseada no filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças, de Charlie Kaufman e Mistério-Bufo, de Maiakóvski, direção de Fábio Ferreira e Cláudio Baltar, de 2010. Ivan Sugahara apropriou-se dos dispositivos da instituição para abordar um enredo ficcional sobre o uso de recursos tecnológicos no apagamento das memórias dolorosas de um dos personagens da trama. Fábio Ferreira utilizou os espaços do Oi Futuro e do Instituto dos Arquitetos do Brasil, criando meios técnicos próprios de  encenação. O texto discute as aproximações entre arte, revolução e multimídia e suas relações com o âmbito institucional.

Palavras-chave: teatro contemporâneo, arte e instituição, encenação itinerante.

  • Newton Armani de Souza

Universidade Federal de Goiás. Professor Assistente de Montagem de Espetáculo e Pedagogia do Teatro.
Mestre pelo Instituto de Artes da UNESP.
Resumo: A roda, a engrenagem e a moeda: espaço cênico e vanguarda no Teatro de Victor Garcia, no Brasil.
Entre 1968 e 1973, o encenador argentino Victor Garcia atuou no Brasil, sendo responsável por montagens que ganharam notoriedade, em particular, com relação ao uso inovador do espaço cênico, levando em conta os padrões vigentes no país até então. Cemitério de automóveis, a partir de textos de Fernando Arrabal, antecipou a montagem de O balcão, de Jean Genet, um dos espetáculos mais arrojados dentre as experiências modernas e contemporâneas. Seguiu-se a frustrada experiência enfeixada sob o título de Autos Sacramentais, de peças de Calderón de La Barca, em temporada internacional pelo Oriente Médio e Europa. A trajetória de Garcia reflete o desvio do cerne da experiência teatral, colocando em segundo plano a relação entre ator e espectador, em favor da espetacularidade, o que confere à experiência caráter conservador, quando analisada à luz dos conceitos de desumanização defendidos por Bertold Brecht e Ernest Fischer.

Palavras-chave: Teatro brasileiro, espaço cénico, vanguarda, Victor Garcia.

  • DIONISIO ENCARNADO: OS SERTÕES DO TEATRO OFICINA UZYNA UZONA – PARA UMA POÉTICA ORGIÁSTICA

Patrick George Warburton Campbell
Estudante de Doutorado do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Bahia
Área de Estudo: Matrizes Estéticas na Cena Contemporânea
Orientadora: Eliene Benício Amâncio Costa
Mestre e Doutorando pelo PPGAC da Escola de Teatro da UFBA
Bolsa de Fomento: CNPQ
Atuação profissional: Estudante
Resumo: O objetivo deste ensaio é analisar o espetáculo Os Sertões do Teatro Oficina Uzyna Uzona à luz do paradigma do teatro pós-dramático, tomando como ponto de partida essa citação de Sergio de Carvalho publicada na edição brasileira do livro “Teatro Pós-Dramático” de Hans Thies Lehmann. Enquanto Carvalho descreve a poética do “melhor teatro pós-dramático” como uma “poética da morte”, nós propomos que a obra prima do consagrado diretor teatral brasileiro Zé Celso aponta para outro caminho estético: a poética da orgia, uma fusão sensual e sensorial de temas, imagens e linguagens performáticas que englobam e penetram tanto os atores quanto os espectadores, que são todos unidos numa comunhão dionisíaca durante as 30 horas de duração do espetáculo.

Palavras-chave: Teatro Oficina Uzyna Uzona; Os Sertões; Teatro Pós-Dramático; orgia; dionisíaco; análise crítica.

  • O nacional-popular no teatro do CPC da UNE: a visão de Oduvaldo Vianna Filho, Carlos Estevam Martins e Ferreira Gullar.

Rafael de Souza Villares
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UNICAMP
Mestrando – Processos e poéticas da cena – Or. Prof. Dr. Larissa de Oliveira Neves Catalão
Mestrando do Departamento de Artes Cênicas – Universidade Estadual de Campinas
Resumo: Em 1950, o Teatro de Arena de São Paulo, iniciou a busca por uma dramaturgia nacional-popular, que procurava retratar temas relativos ao cotidiano da camada baixa da sociedade brasileira. Esta seria a temática recorrente da produção teatral do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes – CPC da UNE- grupo que se originou da fragmentação do Arena. Este trabalho propõe uma discussão sobre o conceito de cultura popular e nacional, utilizado pelo grupo CPC, no contexto histórico anterior ao golpe Civil-militar de 1964. Para tanto, serão de grande valia, os textos teóricos que refletem sobre a questão cultural produzidos no período, por Oduvaldo Vianna Filho, Ferreira Goulart e Carlos Estevam Martins.

Palavras-Chave: Dramaturgia Nacional-Popular; Teatro brasileiro; CPC da UNE e Cultura Popular.

  • Os dramas de José Carvalho

Reginaldo Carvalho
Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas – UFBA
Doutorando – Linha de pesquisa: Dramaturgia, História e Recepção – Orientadora: Prof. Dra. Angela Reis

Professor Assistente da Universidade do Estado da Bahia – UNEB

Resumo: Os dramas de José de Souza Carvalho ou Zé da Almerinda (1910-1974), como repercussões do melodrama e do circo-teatro no sertão da Bahia. Entre os dados biográficos de José Carvalho destacam-se, a temporada de seis meses no Circo Merediva; a localização da sua residência próxima a um terreno onde companhias circenses se instalavam; e a função de estafeta na Viação Férrea Leste Brasileiro – por onde chegavam muitas dessas companhias – como fatores preponderantes para a constituição da sua identidade artística. Essas experiências culminaram com a criação do seu Quintal-Teatro, onde suas peças eram ensaiadas e apresentadas antes da transferência para os auditórios do Instituto de Assistência à Infância, Salão Paroquial, e Ginásio Sagrado Coração, Colégio Marista.

Palavras-chave: Senhor do Bonfim-Bahia; Melodrama; Circo-Teatro; José Carvalho; Quintal-Teatro.

  • A representação do tempo em Mão na Luva (ou Corpo a Corpo – 1966), de Oduvaldo Vianna Filho

Simone Mello Zaidan
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – ECA- USP
Mestranda – Teoria e Prática do Teatro – Or. Prof. Dr. João Roberto Gomes de Faria
Bolsa CAPES
Resumo: Este artigo se relaciona com nossa pesquisa de mestrado, iniciada em 2008 – a qual busca, a partir do estudo do contexto brasileiro da década de 60 do século XX e das teorias sobre os gêneros, realizar uma análise interpretativa da peça Mão na Luva (ou Corpo a corpo – 1966), de Oduvaldo Vianna Filho.
Neste texto, Vianinha faria sua mais ousada experimentação dramatúrgica, ao estruturar todo o enredo no recurso do flash-back e, assim, propor uma constante relação entre o passado e o presente – tanto do casal (Ele/ Lúcio Paulo Freitas e Ela/ Sílvia) quanto do país, que vivia um dos seus momentos históricos mais conturbados, estando há apenas dois anos do golpe militar de 1964. Sobre esta forma de representar a passagem do tempo, enquanto o analisa criticamente, é que buscaremos discorrer.

Palavras-chave: Teatro brasileiro, Oduvaldo Vianna Filho, flash-back

  • Passos, letras, notas e interdições – pequeno estudo do teatro musical carioca

Tania Brandão (Tania Brandão da Silva)
Programa de Pós-Graduacão em Artes Cênicas – UNIRIO
Professora Aposentada Colaboradora – Doutora em História Social – UFRJ
Crítica de Teatro Colaboradora – O Globo
Resumo: Duas grandes fases podem ser delineadas para o estudo histórico do teatro musical carioca. A primeira, de 1884 a 1961, deve ser definida como a fase heróica ou da impossibilidade sublime. Foi o período em que, em sintonia estreita com a história da música popular brasileira e com a dinâmica das cenas francesa e portuguesa, surgiram e se consolidaram a revista, a mágica, a burleta, a opereta, subgêneros classificados sob os rótulos de teatro musicado ou teatro ligeiro. Atacado por intelectuais e estudiosos, carente de estabilidade de mercado e de auto-renovação, o gênero entrou em declínio de 1961 a 1985, fase em que algumas manifestações isoladas marcaram época, traçaram rumos. De 1985 até hoje, há um novo ciclo do musical carioca, dotado de nova força expressiva peculiar – a fase moderna.

Palavras-chave: Teatro musical brasileiro, História do Teatro Brasileiro, Teatro musical carioca moderno

  • O fazer teatral em Goiânia: prenúncios de um novo milênio

Walquiria Pereira Batista
Universidade Federal de Goiás
Professora substituta de Artes Cênicas – UFG
Bacharel e licenciada em Artes Cênicas – UFG
Professora efetiva do Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França

Resumo: O presente estudo tem por objetivo refletir sobre a relação entre arte e ciência no fazer teatral em Goiânia. Será posto em contexto o chão teatral goianiense e algumas de suas transformações nos últimos anos, com a criação de novos grupos, festivais e espaços. O papel dos cursos profissionalizantes implantados na última década será destacado na feição desse novo teatro. Nesse sentido, a escola será vista como lugar efetivo de substanciar cientificamente o cultivo dramático de uma comunidade. Isso posto, será pensada a pedagogia do teatro como fator que vem interferindo no processo cultural e artístico da capital goiana. Perceber, pois, o conhecimento científico como catalisador do fenômeno artístico no meio teatral goianiense é o que este estudo ora propõe.

Palavras-chave: arte, ciência, fazer teatral, Goiânia.