Vicente Carlos Pereira Júnior
Vicente Carlos Pereira Júnior é Doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), com a tese intitulada “Ensaiar Hegemonia: Práticas Contemporâneas de Teatro Político no Brasil ” e defendida em 2022, sob orientação do Prof. Dr. José da Costa Filho; Mestre em Teatro pela mesma universidade, com a dissertação “Escutar o tempo: um estudo sobre Aquela Vez de Samuel Beckett”, orientada pela Profa. Dra. Maria Helena Werneck; Especialista em Gestão e Políticas Culturais pela Universidade de Girona e Itaú Cultural; Bacharel em Artes Cênicas – Interpretação Teatral pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atualmente é coordenador de processos, além de analista de artes cênicas da Gerência de Cultura, do Departamento Nacional do Sesc, localizado no Rio de Janeiro. Seu texto dramatúrgico “Ódio de Classe: Distopia Homoerótica” ficou em 4º lugar na Região Sudeste no Prêmio Funarte de Dramaturgia Edição 2018. É fundador da Cia. de Teatro Asa-Delta (2007), formada por jovens atores da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. Idealizador e coordenador da Mostra de Artes das Favelas, realizada em 2011, 2012 e 2013, com apoio do Prêmio Interações Estéticas da Funarte e da Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Foi um dos autores do Plano de Desenvolvimento de Favelas para sua Inclusão Social e Econômica, publicado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), em 2012. Entre 2008 e 2012, coordenou o setor de Desenvolvimento Institucional da ONG Ação Comunitária do Brasil do Rio de Janeiro.
Sobre a pesquisa:
Graduado em interpretação teatral e tendo grande interesse por dramaturgia e encenação, acumulei, nos últimos 15 anos, experiência profissional em gestão cultural, projetos socioculturais e curadoria em artes cênicas. Em pesquisa de doutoramento recente, investiguei as práticas e as poéticas de quatro experiências teatrais brasileiras contemporâneas: Grupo Teatro da Laje, do Rio de Janeiro; Coletivo Legítima Defesa, de São Paulo; Lauande Aires, de São Luís do Maranhão; e in-Próprio Coletivo, de Cuiabá e Belo Horizonte. Minha perspectiva sobre tais artistas e coletivos atentou para o modo como seus projetos artísticos articulam, de modo original, desenvolvimento de linguagem e interação com coletividades subalternas à agenda política dominante e ao campo teatral brasileiro, a saber: os negros, os favelados, as mulheres, as populações não-sudestinas.
Bya Braga (Maria Beatriz Braga Mendonça)
Atriz e diretora cênica. Professora Associada junto ao Departamento de Artes Cênicas, Curso de Graduação em Teatro e ao Programa de Pós-Graduação em Artes /Artes da Cena da Escola de Belas Artes da UFMG. Pesquisadora do CNPq. Com Pós-doutorado em Performance Studies-New York University/EUA, orientado pelo Prof. Dr. André T. Lepecki (NYU-NY). Doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, orientado pelo Prof. Dr. Ricardo Kosowski (UNIRio-RJ) e com estágio doutoral internacional orientado pelo Prof. Dr. José A. Sánchez (UCLM-Espanha) e pesquisa criação na escola MOVEO-Centro de Teatro Físico y Mimo Corporal/Barcelona/ES. Líder do grupo de pesquisa LAPA-Laboratório de Pesquisa em Atuação-UFMG/CNPq. Foi diretora da Escola de Belas Artes da UFMG (2013-2017). Autora e organizadora de publicações na área, incluindo livros: Étienne Decroux e a artesania de ator. Caminhadas para a soberania (Ed. UFMG, 2013); Bufão e suas artes: artesania, disfunção e soberania (Paco Editorial, 2017); e Múltiplos olhares sobre processos descoloniais nas Artes Cênicas (Paco Editorial, 2018). Atuou em It takes two to tangle, espetáculo com pesquisa criação sobre teatro físico, apresentado no Teatro Dixon Place, Nova York (2018) e em Ô, bença!, com pesquisa criação sobre mascaramento, apresentado por streaming (2020). Criou e coordena o Colóquio Internacional Mascaramento na Cena Expandida, cuja 3ª edição foi realizada em 2022.
Resumo das pesquisas:
Investigação da atuação e cena performativas em aspectos interculturais e interdisciplinares, com foco no Mascaramento (objetuais e corporais) e Teatro físico. Estão aqui incluídos estudos da artesania de atuação na relação com a cultura material de/para atuação, por meio de teatros de tradição e figuras da cultura popular, de técnicas de atuação física, como a Mímica Corporal, bem como de processos de criação com mascaramentos e cena física.
Thaini Menegazzo
Atriz, diretora, produtora cultural e professora de teatro no interior do estado do Rio Grande do Sul. Integrante do grupo Menegazzo Teatros, sediado em Casca, o qual possui trajetória de mais de 30 anos, circulando pelos estados do RS, SC e PR. Em 2019, concluiu sua graduação em Teatro – Licenciatura na UFRGS, e atualmente cursa mestrado no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da mesma universidade, com pesquisa sobre a produção cênica do interior do RS e as práticas de criação e produção do grupo Menegazzo.
Resumo da minha pesquisa:
Esta pesquisa de mestrado, ainda em andamento, é um estudo de caso do movimento de produção do Menegazzo Teatros – grupo teatral familiar do interior do estado do Rio Grande do Sul, com mais de 30 anos de trajetória. Nela, toma-se como base os pressupostos do teórico argentino Jorge Dubatti, no que tange a territorialidade e busca-se compreender o modo que esse grupo opera e ocupa o seu espaço. Visa-se, também, identificar circuitos de produção, circulação e consumo teatral provenientes de determinado território, o qual é pensado a partir da circulação do grupo em questão; e que constitui em parte a identidade cultural dessa região e estado. Tais circuitos, são refletidos a partir dos escritos de autores como Tais Ferreira e Walter Lima Torres. Pretendendo inverter a relação preconceituosa dos binômios capital/interior, esse trabalho quer proporcionar escuta aos que estão na margem do sistema/circuito; quer descentralizar desde a margem para entender e mostrar como ela se pensa e se projeta. Para tanto, também se utiliza como metodologia ferramentas da história oral, como entrevistas com membros e colaboradores do grupo, além do próprio relato da autora. Até então, fez-se uma coleta de dados sobre o território ocupado pelo Menegazzo a partir dessas fontes orais; além de fontes estatísticas, como o Suplemento de Cultura da MUNIC, um levantamento de informações básicas municipais realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) . Através desse aporte, pode-se elaborar mapas específicos da região e do grupo observados, parte fundamental a corroborar com o desenvolvimento dessa investigação. Ademais, agrega-se a análise do processo de produção desse grupo, a partir de alguns espetáculos elegidos dentre o seu repertório.
Site do meu grupo teatral: menegazzoteatros.com Meu instagram: @thaimengzz
Ana Paula Alab de Oliviera
Ana Paula Alab de Oliviera, 38 anos, negra, amazônida, mulher cisgênero, nasceu em Rio Branco- Acre, morou por mais de 20 anos no Pará e entre idas e vindas, morou 4 anos em Minas Gerais. Atualmente mora em Rio Branco, onde exerce a profissão de artista educadora na educação básica da rede pública do Estado.
Mini-bio: Graduada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Acre e Mestra em Artes Cênicas pela Universidade Federal de São João del rei. Tem na mala de mão alguns cursos e oficinas nas áreas de direção de arte, figurino, cenografia e performance, áreas que também atua profissionalmente com projetos e ministrando oficinas para adultos e crianças.
Resumo das pesquisas.
“A magia divina da alma abre caminhos”. Outros passos, outros espaços. As ruas da Cidade Velha como palco. (Pesquisa a ser apresentada na Reunião da Abrace)
Belém do Pará foi ocupada em 1616, a região era habitada por inúmeras etnias indígenas, como os Tupinambás, que estavam à margem do rio quando os portugueses atracaram. O local onde Castelo Branco desembarcou, é hoje conhecido como bairro da Cidade Velha, lugar em que habitam os principais monumentos e histórias da cidade. Em contrapartida, não há no bairro referências de grandes portes da existência indígena e cabocla que habitaram e lutaram por aquele espaço. Porém, se fizermos um trabalho de investigação, encontraremos as outra histórias, através dos rastros deixados em cada monumento erguido em nome da colonização, ou então se fizermos o exercício de abrirmos os olhos e enxergarmos os transeuntes, os trabalhadores informais os barqueiros, os feirantes, que trafegam como “invisíveis” pela região e, que com seus corpos e histórias nos contam muito sobre a cidade. Esta pesquisa teve como objetivo discutir através de uma narrativa escrita e imagética a reconfiguração efêmera do espaço urbano em espaço teatral, partindo da ocupação do cortejo cênico “O Auto do Círio”, que acontece todos os anos, desde 1993, o que aos olhos da pesquisa torna possível um resgate ou a construção de outras histórias e memórias deste lugar.
Projeto Carolina Maria de Jesus- reencontro com minha identidade a partir da reocupação do espaço de vivência cotidiana. (Projeto/pesquisa em desenvolvimento)
O projeto surge a partir do contato com o livro “Quarto de despejo- diário de uma favelada” da Carolina Maria de Jesus, juntamente com a Lei 10.639 da LDB, onde estabelece a obrigatoriedade do ensino de “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Após a conclusão do mestrado em Artes Cênicas, onde trago a discussão sobre o soterramento de algumas histórias durante o processo de formação das cidades, no caso específico da cidade de Belém, vejo a importância de trazer essas discussões para o espaço escolar. Diante disto e compreendo que estamos em uma escola de periferia urbana e geográfica quando refletimos sobre o lugar do estado do Acre no cenário brasileiro, vemos a urgência de debatermos quem somos e quais nossas histórias dentro da sociedade, seja no universo micro ou macro.
A ideia do projeto é que os alunos do 9° ano do Ensino Fundamental da escola Theodolina Falcão, a partir da leitura solo e compartilhada do livro da Carolina possam desenvolver esse olhar sobre os mesmos e por conseguinte desenvolvermos em conjunto pequenas cenas em que tragam a história do livro costuradas com as histórias destes. A conclusão ou a ideia de conclusão do trabalho será na semana da consciência negra, em novembro.
Links:https://sites.google.com/view/caminhosdialeticos/trabalhos @caminhos_dialeticos
Rosilene Cordeiro
Rosilene Cordeiro, mulher cis, indígena-afro amazônica, autonominada uma per_form@triz centroperiférica, artista, professora da cena com suas/seus pares e ímpares da/na Amazônia paraense. Doutoranda no PPGARTES-UFPA. Mestre em comunicação, Linguagens e Cultura pela UNAMA-Belém-PA (2018). Especialização em Artes Cênicas, Estudos Contemporâneos do Corpo, pelo Instituto de Ciências da Arte/ UFPA (2011). Graduação em Pedagogia pela UFPA (2003). Atriz formada pela Escola de Teatro e Dança da UFPA (2010). Umbandista, atuante conectada e ‘entre’ as urbs, as águas, campos, ilhas e matas da grande mãe floresta. Tenho olhos e coração focados nas infâncias e velhices de minha região, pés fincados à realidade da “minha época” dita ‘contemporânea’. Atualmente venho desenvolvendo ações de re-vivências e re-existências memoriais per_form@tivas In casa, residindo artisticamente e especializando-se na própria casa no âmbito do Projeto #minhacasaresidencia no distrito de Icoaraci, área periférica da região metropolitana da cidade de Belém/PA. Professora de teatro atuei como docente colaboradora no Curso de Licenciatura em Teatro/PARFOR/ETDUFPA/ICA/UFPA no período de 2013 a 2018. Integrei o Programa Escola da Terra pelo MEC/UFPA/SEDUC ( 2014-2015). Pesquisadora e vice-líder do grupo de pesquisa Perau – Memória, História e Artes Cênicas na Amazônia/UFPA/CNPq desde sua fundação em 2017. Professora efetiva da SEMEC-Belém (desde 2012) atuando com educação geral e especialista educacional da SEDUC-Pará (desde 2012) atuando como coordenadora pedagógica no Ensino Inclusivo na Unidade Técnica de Ensino Especializado -UTEES-Icoaraci. Experimentadora (sempre aprendente!) em Artes cênicas (teatro, performance, estudos da Memória e/na cena). No campo educacional atua como formadora pedagógica nas áreas de ludicidades e educação em artes, infâncias, didática e prática pedagógica aplicada às diferentes áreas do conhecimento, metodologias inclusivas alternativas, estudos da memória, ações formativas nas linguagens performance e teatro (na educação formal e em ambientes não escolares) teatro educação, teatro político, educação do campo, relações étnico raciais, meio ambiente e sustentabilidade, intervenção urbana e disciplinas afins.
https://linkr.bio/RosileneCordeiro?fbclid=IwAR3PC4QOcXWfv2s9RP_lOBgMb8szp5BxYJNLVouItpwUS730jooP2wNW3Mc
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Mapa Cultural do Pará – Rosilene Cordeiro – Mapa da Cultura Brasileira
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Paula Rojas Amador
Professora, pesquisadora e criadora intermedial. Docente da Escola de Artes Cênicas da Universidade Nacional da Costa Rica (UNA) e coordenadora do projeto Laboratório Cênico Digital (LED), o qual centra-se na pesquisa sobre as mídias digitais e a arte. Doutora (Ph.D.), em Teatro (2018) pela Universidade Laval, Quebec, Canadá, com ênfases na temática das tecnologias digitais na cena. Mestre em Teatro (2009) pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em relação a interpretação contemporânea. Entre seus interesses como pesquisadora e criadora estão: a cena tecnológica e a sua relação com a criação de experiências sensoriais. Assim como, a criação de dispositivos cênicos, a imersão, a instalação-teatro e interpretação contemporânea. As publicações mais recentes podem ser consultadas no ORCID, https://orcid.org/ 0000-0001-7563-361X
A cultura digital: pensando no ciborgues (Pesquisa em andamento)
No teatro falamos constantemente do contato humano e a relação da realidade da vida com a cena, mas também sabemos que no dia a dia a dependência e a relação com nossos artefatos tecnológicos digitais tem se evidenciado com maior contundência. Se bem, o teatro está aberto e se tem permeado pelas invenções tecnológicas durante toda sua história, neste encontro tão profundo com o digital poderemos pensar nas transformações que nosso corpo experimenta, a nossa percepção e na nossa relação com o outro na arte. Refletir sobre como o digital nos conduz a uma “descorporização” que se acentua com o tempo e como esse fenômeno poderia refletir na nossa arte, nos coloca no meio do conflito, pois ao mesmo tempo, nós artistas somos de certo modo também cibourgues. No âmbito da arte digital poderíamos pensar em Antunez-Roca, a Kris Verdonk o a Stellarc, assim como na artista argentina Myriam Beutelspacher Alcántar que utiliza os biodados para sua criação, ou ao professor colombiano Héctor Torres Cardona que se serve das ondas cerebrais para produzir melodias musicais. Esses aportes no campo artístico são o início de um movimento ainda maior. Numa sociedade submergida no digital, podemos observar diferentes iniciativas, como o robô doutor que utiliza a inteligência artificial, ou microchip na pele em substituição do cartão de crédito no marco na tecnologia futuristas ou bem, como uma parte de indústria tecnológica investe tempo e dinheiro no desenho e no desenvolvimento de características “humanas”, como a pele, o peso, o movimento, o olhar e gestualidade para criar um robô sexual. O híbrido entre o humano e a máquina nos faz pensar no corpo, nos impulsos, na percepção, na nossa maneira de agir, nos limites da mutação e em qual será o papel do ser humano, o artística, no desenvolvimento da sociedade digital.
Ana Paula Pavanello Sultani (Lana Sultani)
Ana Paula Pavanello Sultani (Lana Sultani), atriz, professora, diretora, mestranda Teatro (UDESC), sob orientação de Flávio Desgranges. Atualmente sou professora no Curso Técnico de Teatro da ETEC de Artes em São Paulo/SP. Áreas de interesse: atuação, dramaturgia, encenação, pedagogia do teatro. Instagram: @lanasultani Email: lanasultani@gmail.com
Resumo:
A presente pesquisa investiga as duas ocasiões em que estive em comunidades beradeiras banhadas pelo Rio Amazonas no Arquipélago do Bailique/AP, no ano de 2012 e entre 2013/14. Pretende-se refletir sobre a interferência deste território no estado criativo de uma artista estrangeira e invasora, proveniente do sudeste, acostumada a edifícios teatrais com espaço cênico pré definido, cadeiras na plateia e iluminação por refletores. Nesta primeira ocasião, a interferência se dá por ficar um longo tempo sem tocar o chão. Devido à cheia do Rio, as construções são suspensas causando no corpo um estado de estranhamento, de “suspensão”. Dessa condição inusual e incomum, nasceu a idealização do projeto Expedição Mareados, contemplado no ano seguinte pelo Prêmio FUNARTE – Petrobrás. O projeto consistia na adaptação da montagem teatral Mareados, feita para palco italiano, para apresentações dentro de um barco em diferentes comunidades beradeiras. Após meses de pré-produção, o grupo formado por três atrizes de São Paulo embarca para a região com a intenção de instaurar uma experiência cênica nestas comunidades do Rio Amazonas com difícil acesso. Pela segunda vez, o estado de estranhamento ou “suspensão” retorna a partir da dificuldade em realizar o projeto porque nas primeiras apresentações os moradores não aceitaram o convite para entrar no barco. Este trabalho visa discutir o fazer teatral na relação direta com a cultura local para tecer uma narratividade a partir da composição conjunta com a comunidade habitante do território local e as intersecções com o “território barco” e o “território margem”.