Coordenador: LUIZ DAVI VIEIRA GONÇALVES
Vice coordenadora: JOICE BRONDANI
O campo de estudo das artes cênicas tem apresentado crescimento exponencial de pesquisas que põem em relevo suas noções basilares, como teatralidade, performatividade e espetacularidade. Uma das ideias motrizes responsável por esse impasse está diretamente relacionada à distinção que se pode verificar entre as noções de espetacularidade e cerimonial.
O ponto de origem para o qual aponta esta distinção é, ao mesmo tempo, de natureza cênica, antropológica, filosófica e religiosa: diz respeito à redescoberta do ritual na cultura e às implicações desta redescoberta nas práticas e teorizações do campo das artes cênicas.
Entrelaçando as noções de mito e imagem, no contexto das artes da cena, estudos relacionados à polivalência da imaginação e suas valorações simbólicas podem ajudar a expandir os horizontes de pesquisa, para além das fronteiras clássicas que separariam os estudos cênicos, antropológicos, filosóficos, psicológicos e religiosos, colaborando para perspectivas pós-disciplinares. O mito, enquanto dado da cultura, capaz de ser flagrado no ato da imaginação, aponta para esta perspectiva, permitindo uma ampliação das noções habituais do que se entende por Real, que também constitui dado elementar para a emergência do fenômeno cênico.
O grupo de trabalho MITO, IMAGEM E CENA abrange pesquisas orientadas por estas noções, numa perspectiva inclusiva que agrega não apenas as convergências, mas igualmente as divergências de pensamento e prática artística que elas congregam e problematizam.
Interessam ao GT os trânsitos entre os princípios de algumas das escolas da epistemologia contemporânea, que se relacionam direta ou indiretamente com as temáticas levantadas: os desdobramentos da fenomenologia, da hermenêutica e da arqueogenealogia, a partir de referenciais teóricos, práticos ou teórico-práticos focados ou relacionados ao campo de pesquisa das artes da cena.