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Prorrogação do prazo para Dossiê Ephemera – Teatro Documentário

Nas últimas duas décadas foi possível observar, tanto regionalmente na América Latina como em muitas partes do mundo, um crescimento exponencial de espetáculos e experimentos cênicos que podem ser incluídos no amplo espectro do teatro documentário. Tratou-se de uma espécie de ressurgimento, ou de nova fase, já que este tipo de teatro parece ter perdido visibilidade, ou pelo menos, centralidade no campo teatral durante certo tempo. Em princípio, há um consenso crítico de que as práticas  mais recentes se diferenciam sensivelmente das experiências anteriores, indicando uma história caracterizada pela descontinuidade, na qual, grosso modo, pode-se reconhecer dois modelos diferenciados: um teatro documentário que pode ser chamado de canônico – cuja primeira figura de destaque é certamente Erwin Piscator, que tem em Peter Weiss um de seus maiores realizadores/formuladores e que abrange também algumas das experimentações mais ousadas de Augusto Boal; e as recentes práticas que vem sendo abordadas sob o termo novo teatro documentário – um campo em que a presença de não atores, as novas possibilidades do audiovisual e a colocação da representação em uma espécie de estado de liminaridade o aproxima dos chamados teatros do real, em que a emergência do real em cena é a tônica. Ambos os modelos ainda se encontram vivos em práticas tão distintas quanto o biodrama, o teatro de tribunal, o teatro de verbatim ou o teatro épico-dialético de cunho documental.

Para este dossiê, podem ser enviadas contribuições (como artigos, ensaios e relatos de experiência) que contribuam para o desenvolvimento do conhecimento e a reflexão sobre o teatro documentário em suas diversificadas perspectivas, épocas e variantes, analisando suas especificidades e diferenças, mas também suas possíveis continuidades. O desejo é de reunir trabalhos resultantes de pesquisas que se debrucem sobre tais questões e outras relacionadas, a partir de elementos como, por exemplo (mas não restrito a):

A relação tensa do teatro com o conceito de documento, partilhada também com o campo da história.
Os diferentes modos de definição do teatro documentário como teatro político;
A reflexão sobre o indivíduo e a individualidade no teatro documentário;
O ato de revelação de histórias geralmente entendidas como marginais ou distantes das grandes narrativas;
A relação entre história pessoal e história nacional;
A emergência de estruturas de sentimento, nos termos de Raymond Williams, por meio dos atos demonstrativos do teatro documentário
A renovação das possibilidades de leitura a contrapelo da história, nos termos de Walter Benjamin.
Procedimentos e cruzamentos de linguagens na encenação documental
Experiências documentais em zonas mais centrais e mais periféricas do campo teatral
Importante! Lembramos ainda que a Revista Ephemera também recebe, em fluxo contínuo, artigos de temáticas variadas (Seção Fluxo) ligadas ao escopo central da revista, desde que sejam inéditos e resultantes de revisões bibliográficas, relatos de investigações e experimentações, pesquisas acadêmicas e reflexões criativas sobre processos contemporâneos de criação e sobre marcos históricos importantes nas artes cênicas, aceitando contribuições de autores nacionais e estrangeiros. Além disso, a Seção Acontece também aceita, em fluxo contínuo, contribuições em formatos variados: entrevistas, resenhas sobre livros e crítica de espetáculos, festivais, etc. Os pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, podem enviar seus textos para avaliação a qualquer momento, não sendo necessário aguardar a chamada para a submissão de artigos.

Maiores informações podem ser encontradas em nosso website, https://periodicos.ufop.br/ephemera.

Nossas diretrizes para aceite e publicação podem ser visualizadas em “Diretrizes para Autores”: https://periodicos.ufop.br/ephemera/about/submissions.

Idiomas aceitos: Português, Inglês e Espanhol.

Organizadores: Pamela Brownell (UBA e UNA/Argentina) e Ernesto Valença (UFOP/Brasil)

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