GT Pesquisa em Dança no Brasil – Anais do VI Congresso

 
  • O Diálogo entre Arte e Ciência na Fruição e Usufruição em Dança: Uma pesquisa em Viçosa, MG

Alba Pedreira Vieira
Curso de Dança da Universidade Federal de Vicosa
Professora Adunto – Ph.D. em Dança – Temple University (EUA)
Coordenadora de Projetos de Pesquisa em Interface com a Extensão – CNPQ e FAPEMIG

Resumo: Esta pesquisa analisou o impacto de um trabalho de campo de fruição e usufruição em dança no saber artístico de 252  participantes de escolas públicas de Viçosa, MG. Eles responderam ao questionário escrito inicial e final, tiveram duas aulas teórico-práticas semanais de gêneros diversificados de dança, fruição de vídeos, assistiram espetáculos ao vivo, além de apresentarem como intérprete-criadores. Houve melhoria significativa do conhecimento artístico dos participantes: 73% mudaram sua visão do que é dança e 65% modificaram sua visão do que é uma apresentação de dança. O trabalho permitiu aos envolvidos um enriquecimento artístico, assim, sugerimos que, através de metodologias educacionais diversificadas e duradouras de fruição e usufruição, pode-se ampliar o saber apreciativo em dança.

Palavras-chave: dança, fruição, usufruição, arte, ciência

  • O movimento dos desejos no processo de composição coreográfica.

Alexandra Gonçalves Dias
Curso de Dança-Licenciatura – UFPel – Professora Assistente
Mestre em Artes Cênicas – UFRGS
Performer/bailarina
Resumo: O trabalho propõe o estudo sobre o processo de composição coreográfica fundado na emergência dos desejos. Partindo do entendimento de que estes movem a criação, os desejos são vistos como propostas para experimentações. São idéias, imagens pelas quais nos apaixonamos e que impulsionam agenciamentos. Trata-se de um movimento que viabiliza conexões e autoriza a criação. Desta forma, o trabalho identifica procedimentos e noções que norteiam o processo de composição coreográfica tendo o fluxo ininterrupto do movimento dos desejos como operador da criação.
Palavras-chave: desejo; composição coreográfica, dança, performance.

  • Deficiência em cena: entre criações e subversões

Ana Carolina Bezerra Teixeira
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – PPGAC
Mestranda– Artes Cênicas– Or. Profª. Drª. Eliana Rodrigues Silva
Bolsa CAPES
Bailarina, coreógrafa e pesquisadora

Resumo: Trata-se de uma investigação acerca do corpo deficiente na cena contemporânea, com base na experiência construída junto a Roda Viva Cia. de Dança. O trabalho busca a reflexão sobre a questão destes corpos, até então considerados incapazes para tal prática e que inauguram na cena artística um despertar para possibilidades estéticas de movimento, criação e produção artística. Destarte o papel do corpo deficiente na cena artística contemporânea passa a reivindicar um lugar além dos discursos do modelo institucional de inclusão e reivindica espaços de criação cênica e o acesso ao mercado de trabalho nas artes.

Palavras Chave: Corpo, Cena Contemporânea, Deficiência.

  • Aprofundamento do eixo inventário no corpo do método BPI (bailarino-pesquisador-intérprete)

Ana Carolina L. Melchert
Programa de Pós-Graduação em Artes – Unicamp
Doutoranda – Artes – Or. Profa. Dra. Graziela E. F. Rodrigues
Professora do Curso de Dança – IA – Unicamp

Resumo: A pesquisa de doutorado “Incidências e modos de ocorrência da manifestação da cultura no corpo através do desenvolvimento do eixo Inventário no Corpo do Método BPI (Bailarino-Pesquisador-Intérprete)”, vem aprofundando o eixo Inventário no Corpo, através de sua aplicação a um grupo de alunos.
Os sujeitos desta pesquisa são estudantes universitários dos seguintes institutos e faculdades da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas): Instituto de Artes, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e Faculdade de Educação Física. No momento do recrutamento, apresentamos aos candidatos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.  Este projeto está aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Parecer CEP no. 679/2008).

Palavras-chave: Bailarino-Pesquisador-Intérprete; Dança do Brasil; Inventário no Corpo

  • Aspectos históricos da referência espacial do gesto

Ana Cristina C. Pereira
Programa de Pós-Graduação em Linguística – UFMG
Doutora em Lingüística/UFMG
Professora da EBA/UFMG e UNI-BH , Maitre de balé e Pedagoga
Resumo: Este trabalho é parte da pesquisa de doutorado cujo tema foi o aspecto cognitivo do gesto. Trataremos da importância do gesto e da intensificação de seu estudo nos últimos quinze anos, envolvendo diversas áreas e representando o que se considera aqui as linhas mais importantes de investigação dessa temática. Vimos também que os estudos atuais conservaram vários princípios e parâmetros metodológicos históricos dos estudos iniciais, evidenciando a grande preocupação histórica dos pesquisadores com as referências espaciais dos gestos.
Palavras-chave: Gesto; histórico da referencia espacial.

  • A DANÇA COMO SOMA DE IMANÊNCIAS: Considerações sobre o corpo na criação coreográfica

Ana Flávia Mendes
Doutora em Artes Cênicas.
Professora da Universidade Federal do Pará.
Coordenadora do projeto de pesquisa Imanências na Tela.
Diretora artística da Companhia Moderno de Dança.
Resumo: Este texto tem como objetivo refletir sobre o conceito de imanência e os princípios da educação somática aplicados à dança em suas manifestações presencial e não presencial (videodança). A reflexão aqui apresentada dá-se a partir do projeto de pesquisa Imanências na Tela, realizado por esta autora na Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará. Ao articular princípios concernentes à imanência, sob a ótica de Deleuze e Guattari, aos princípios da educação somática, apontados por Hanna, em processos coreográficos, seja na dança presencial ou na videodança, verifica-se que a vida do artista é tida como referência primeira para a criação, favorecendo a compreensão do dançarino como imanência, do corpo como soma (somática) e da dança como soma de imanências.
Palavras-chave: Imanência; Educação somática; Dança presencial; Videodança.

  • Ciências biológicas na cena coreográfica contemporânea: uma análise a partir da epistemologia de François Dagognet

André Meyer Alves de Lima
Programa de Ensino e Criação em Dança – UFRJ
Professor Assistente – Mestre em Ciência da Arte-UFF

Resumo: As ciências da vida sempre foram dependentes das imagens. François Dagognet mostra a importância que faz da imagem-símbolo o fundamento primordial da atividade científica da atualidade (BULCÃO: 2008). Sua epistemologia promove uma unidade polimorfa que mistura arte e ciência através de uma análise meticulosa de iconografias (DAGOGNET,1973). Neste sentido, fundamenta o trabalho do cientista e do artista na materialidade de suas obras, nas técnicas de fabricação e nos protocolos explorados. Assim, nas encenações contemporâneas é possível constatar a presença de temas, técnicas e procotolotos de pesquisa utilizados nas biociências. Pode-se apontar com base em Dagognet na existência de uma possível biocoreopoética, como campo permeável na criação coreográfica contemporânea (MEYER:2007).

Palavras-chave: Dança, F. Dagognet, Biociências

  • Articulações do corpo contemporâneo: espaço poético e político do gesto

Andréa Bergallo Snizek
Doutoranda – Faculdade de Motricidade Humana – Dança – Or. Profª Drª Ana Macara
Professora do Departamento de Artes e Humanidades da Universidade Federal de Viçosa – UFV.

Resumo: Segundo Arendt: “…os homens organizam-se politicamente de acordo com certos aspectos comuns essenciais que descobrem num absoluto cáos de diferenças…” (Arendt, 2007, p. 83). Consideramos as articulações políticas do corpo, a práxis, as negociações estabelecidas no corpo e entre corpos. Ações responsáveis por, de certa forma, modificar, criar, desenvolver e comunicar idéias. O corpo escreve, argumenta através da alteração de posição relativa dos seus segmentos e à custa de zonas de descontinuidades designadas por articulações. As articulações são «pontos de catástrofe». São espaços especializados e essenciais para a construção de argumentos poéticos do corpo contemporâneo.

Palavras chave: corpo, poética e política

  • Personalidades da Dança em Minas Gerais: História Oral e Memória em dança no Brasil

Arnaldo Alvarenga
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
Professor-Doutor da Escola de Belas Artes – UFMG
Doutor em Educação pela FAE- UFMG

Resumo: O presente artigo apresenta o resultado da pesquisa memorialística Personalidades da Dança em Minas Gerais contemplada com o Prêmio Funarte para Dança – Klauss Vianna 2010. A pesquisa foi um esforço de organização de dados sobre dança no Brasil, tendo como objetivo primordial a elaboração, e a edição em livros, de perfis biográficos de oito artistas de dança, sete mineiros e um rio-grandense que viveu em Belo Horizonte, cujos trabalhos cobrem um importante e vasto período da história cultural da Capital mineira e consolidam a dança como atividade profissional no Brasil. A escolha dos nomes baseou-se no pioneirismo dos artistas e na abrangência de suas ações, propiciadoras de desdobramentos artísticos e educacionais significativos no campo da dança. São eles: Natália Lessa, Carlos Leite, Klauss Vianna, Dulce Beltrão, Marilene Martins, Helena Vasconcelos, Ana Lúcia de Carvalho e Maria Clara Salles. A estrutura dos textos segue três eixos norteadores: os dados biográficos de cada artista, o trabalho artístico-educativo desenvolvido por eles e considerações sobre a relevância do seu trabalho na formação em dança no Brasil.
A pesquisa articulou-se com as bases metodológicas da História Oral, bem como na análise documental reunida a partir de acervos pessoais, institucionais e em entrevistas.
A pesquisa insere-se num contexto maior de preservação da memória em dança no Brasil reafirmando a importância de projetos memorialísticos na construção da consciência presente, que nos incitam a pensar e repensar o passado e o que dele nos chega. Na tentativa de construção/desconstrução de uma história, talvez possamos dar voz a fatos emudecidos pelo tempo e vislumbrar as muitas possibilidades de ver e interpretar a sociedade da qual fazemos parte, conscientizando-nos do mundo que construímos e que nos constrói a todos, a cada dia.

Palavras-chave: História da Dança, Memória, Ensino de Dança, História Oral.

  • A Insustentável Leveza de Zdenek

Arnaldo Siqueira
Curso de Licenciatura em Dança do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Professor Assistente II – Mestre em Artes Cênicas – UFBA
Professor-UFPE
O tcheco, Zdenek Hampl, está entre os coreógrafos mais inovadores que atuaram no Rio de Janeiro e Recife nas décadas de 80 e 90.

Resumo: Zdenek, assim como uma geração de artistas com alto grau de integridade artística até bem pouco tempo atrás pagava o preço de ter sido um inovador atuando em um período de contracultura e contestação política. Foi considerado um visionário, sobretudo pela maioria que professava modos mais tecnicistas de ensino e procedimentos mais conservadores de criação. Foi, também incompreendido pelo público por apresentar obras que não visavam explorar o domínio técnico dos seus intérpretes e muito menos o virtuosismo.
Abordando a poética e as metodologias de ensino pouco ortodoxas do artista, a comunicação apoiou-se em fontes documentais e orais para demonstrar que Zdenek foi, no caso de Recife, um artista antenado com as inquietações de sua época.

Palavras-Chave: memória, biografia, processo de criação.

  • GESTÃO SOCIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA OS FAZERES DA DANÇA: INOVAÇÕES NECESSÁRIAS

Belkiss Amorim
Artista Plástica, Coreógrafa, Professora de Dança e Mestranda em Gestão Social, Educação e  Desenvolvimento Local, UNA, BH.
Lucília Machado
Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Coordenadora e professora do Mestrado em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local, UNA, BH.

Resumo: O presente artigo apresenta algumas mobilizações e ações coletivas, da sociedade civil ou do poder público, voltadas para a implementação de políticas culturais que estão conectadas com a gestão social e a realidade contemporânea dos fazeres específicos da Dança. Parte-se do pressuposto de que não existe outro meio de compreender o trabalho na Dança e buscar a efetivação de políticas culturais adequadas aos seus fazeres, sem considerar a complexidade do todo e de cada ramificação dessa prática profissional. A consolidação e contribuição positiva das políticas específicas para a Dança devem considerar a individualidade do artista, técnico ou pesquisador em Dança, sem deixar de pensar no seu contexto social e comunitário. No Brasil, já houve avanços na mobilização do poder público e profissionais da Dança em relação às políticas públicas necessárias. Porém, é preciso efetivar o sentido de uma gestão social que busque adequar suas ações às condições extremamente diferenciadas que os profissionais da Dança enfrentam.

Palavras-chave: Gestão social, políticas públicas, dançaTemática: Gestão Social e Políticas Públicas

  • Processo de formação de professores um olhar para a dança.

Carolina Romano de Andrade
Mestre em Arte-UNICAMP
Universidade Sagrado Coração-USC Professor  Horista
Faculdade Integradas de Bauru-FIB  Coordenadora de Pós Graduação

Resumo: O objetivo desta comunicação é refletir sobre a formação de professores para a infância, no tocante às artes e ao movimento corporal, partindo da análise de currículos de graduação em Pedagogia da Universidade Estadual Paulista – UNESP. Foi realizado um estudo, que analisou as ementas das disciplinas oferecidas nestes cursos. O resultado parcial apontou que a maioria dos currículos não ofereceu em ementas o conteúdo relativo ao movimento ou às artes, conforme os documentos que regulamentam a educação no Brasil. Para a formação de professores na infância é fundamental que haja experiência em atividades que serão base da atuação docente. Os currículos de formação docente precisam ser atualizados, a fim de preparar o professor para potencializar o movimento como forma de linguagem e expressão

Palavras- chave: Infância, arte, dança, movimento

  • Territorialidades e Saberes Locais: estratégias para uma construção identitária das Artes Cênicas na Universidade Federal da Bahia.

Cecília Bastos da Costa Accioly
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UFBA
Doutoranda – Currículos das Artes Cênicas e Territorialidades – Or. Profª. Drª. Lúcia Fernandes Lobato
Professora Substituta Departamento de Fundamentos do Teatro – Escola de Teatro – Universidade Federal da Bahia.

RESUMO: Pesquisa documental, de caráter participativo. Analisa os atuais currículos das Licenciaturas em Dança e Teatro da UFBA baseada numa fundamentação teórica atrelada ao pensamento pós-colonialista e desconstrucionista, com intenção de identificar os pressupostos de territorialidades e saberes locais em diálogo com o conhecimento acadêmico, sem hierarquia. Constata que os vícios oriundos da hegemonia do conhecimento positivista dificultam a emergência de um currículo que contemple as noções fluidas emergentes da socialidade do pensamento orgânico e da epistemologia do cotidiano. Indica a necessidade de direcionamento dos esforços para reformulação das Artes Cênicas no Ensino Superior, a partir de uma epistemologia a serviço de uma educação desvinculada da hiperespecialização da Modernidade.
Palavras-chave: Currículo, Ensino Superior no Brasil, Territorialidades, Saberes Locais, Artes Cênicas.

  • Poéticas Sensoriais: multidisciplinaridade e deficiência física.

Cínthia Nepomuceno Xavier
Programa de Pós-Graduação em Arte – UnB Doutorada – Processos Comp. para a Cena –
Or. Prof. Dra Roberta K. Matsumoto Bolsista CAPES Professora do Curso de Licenciatura em Dança do Instituto Federal de Brasília.
Resumo: Poéticas Sensoriais é um projeto multidisciplinar composto por dança, música, design e arte-tecnologia com o objetivo de inserir pessoas com deficiência no campo do fazer artístico, a partir da ampliação de suas referências corporais criativas. Essa experiência desencadeou diversas reflexões sobre a predominância do sentido da visão no ensino da dança e de sua importância para formatar as sessões de improvisação.

Multidisciplinaridade, Inclusão Artística, Deficiência.

  • Dança e emancipação: reflexões a partir de algumas experiências subversivas

Cláudia Petrina Leite da Silva
Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas – UNIRIO
Doutoranda – Artes Cênicas – Or. Prof. Dr. Beatriz Resende
Processos Formativos e Atuação Cênica – PFA
Mestre em Teatro pelo PPGAC/UNIRIO
Professora de Artes Cênicas (SME/RJ)
Resumo: O texto destaca ações de artistas e momentos de transição na dança Ocidental que marcaram e transformaram a estética e os princípios desta arte. Buscamos assim tornar mais clara a herança do corpo na dança que nos foi legada no Brasil, que abriu caminho para outros artistas e suas propostas transgressoras até chegarmos à proposta artística e social do Projeto Luar de Dança, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Este Projeto vem possibilitando a construção de um caminho singular de aprendizado e criação em dança. Verificamos como esta experiência tem criado vários “possíveis” dentro de inúmeras adversidades encontradas ao longo dos 20 anos de sua trajetória. Pretendemos, deste modo, estabelecer uma ligação entre arte e política, acreditando que cada subversão dos cânones da dança estabelecida, bem como sua reconfiguração, parte de um desejo de emancipação.
Palavras-chave: dança, corpo, arte, pedagogia, política.

  • A expressão danças dramáticas em textos acadêmicos

Eleonora Campos da Motta Santos

Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas -UFBA
Doutoranda  Artes Cênicas  Or. Professora. Dra. Denise Coutinho
Professora do Departamento de Música e Artes Cênicas – Instituto de Artes e Design – UFPel

Resumo: A expressão danças dramáticas aparece na obra Danças dramáticas do Brasil, de Mário de Andrade, para conceituar as manifestações populares que compuseram seu estudo etnográfico, entre 1920 e 1940, no Norte e Nordeste do país. A proposta deste texto é problematizar o emprego da expressão em textos acadêmicos. Parte-se da seguinte questão: É possível e coerente utilizar danças dramáticas como sinônimo de danças populares? Através de um estudo do primeiro texto introdutório da obra mencionada e da análise de textos acadêmicos que mencionem a referida expressão, pretende-se discutir em que medida o termo utilizado pelo autor indica ou não manifestações de dança popular com características específicas e, ao mesmo tempo, investigar o caminho que o levou a propor tal expressão.
Palavras-chave: danças dramáticas, textos acadêmicos, Mário de Andrade

  • Olhar Dança Teatro: Uma proposta em Movimento

Eliana Rodrigues Silva
Programa de  Pós Graduação em Artes Cênicas, UFBA
Professora Associada III, Pós Doutora Université de Paris 8

Resumo: Como se pode construir um olhar crítico em direção à dança-teatro? O final da década de 1990 mostra certa crise nos valores mais tradicionais da análise crítica em dança. É a partir daí que uma nova geração de coreógrafos e intérpretes revela uma cena mais voltada à narrativa teatral, sem demérito ao movimento, mas atrelado a este. Não é mais possível ater-se ao conjunto de prerrogativas postuladas pelo movimento pós-moderno onde a interpretação teria menos valia que a descrição pura ou a contextualização de uma obra. Hoje, intérpretes, criadores, público e crítica compartilham o direito a um novo discurso, que se elabora abolindo as fronteiras tradicionais entre dança, teatro e artes plásticas, numa construção equilibrada através da interpretação, descrição, avaliação e contexto.

Palavras-chave: Artes Cênicas; Dança; História e Crítica.

  • Dança dos Brasis IV: O Retorno ao Campo

Elisa Massariolli da Costa
Pós-graduação em Artes – Instituto de Artes – Universidade Estadual de Campinas
Mestranda – Fundamentos Técnico Poéticos do Intérprete – Or. Graziela Rodrigues
Bailarina-Pesquisadora-Intérprete

Resumo: Esta proposta de mestrado consiste em apresentar o espetáculo “Nascedouro”, criado dentro do método Bailarino-Pesquisador-Intérprete (BPI), a aldeias da etnia Xavante, campo de pesquisa onde foi realizado o Co-habitar com a Fonte para o processo criativo deste mesmo espetáculo. A Personagem que deu origem a “Nascedouro” é a Mulher-gavião. Esta traz em si a mitologia xavante e a metamorfose, transformando-se em bicho para lidar com as dificuldades intrínsecas ao seu ambiente. Nesta nova experiência de campo, foram realizados registros audiovisuais e escritos, que estão sendo cuidadosamente analisados. Após as apresentações realizadas em três aldeias da Terra Indígena Pimentel Barbosa, buscar-se-á evidenciar, através do corpo da intérprete, o que foi vivenciado neste retorno às aldeias.

Palavras-chave: Bailarino-Pesquisador-Intéprete, Criação em dança, Índios Xavante.

  • Considerações a respeito do sistema de François Delsarte e sua influência nas origens da dança moderna norte-americana

Elisa Teixeira de Souza
Programa de Pós-Graduação em Artes – UnB
Mestranda – Processos Composicionais para a Cena – Ora. Profa. Dra. Silvia Adriana Davini

Resumo: Discute aspectos introdutórios relacionados ao sistema de análise da expressão gestual de François Delsarte e sua influência na dança moderna norte-americana. Introduz a figura de Delsarte e desenvolve uma apresentação de seu sistema. Aborda aspectos relacionados à difusão do sistema de Delsarte nos EUA, considerando nomes como Steele MacKaye e Genevieve Stebbins. Faz referência ao Delsartismo Norte-Americano colocando na discussão nomes como Ted Shawn, Ruth Saint-Denis, Isadora Duncan e outros. Conclui com apontamentos relacionados ao fenômeno estudado e com recomendações situadas no assunto.
Palavras-chave: François Delsarte. Dança Moderna Norte-Americana. Delsartismo Norte-Americano. História da Dança Moderna.

  • Anos 30 e 40 em Belo Horizonte: a Dança impressa nos corpos femininos

Elisângela Chaves
Programa de Pós- Graduação em Educação- UFMG
Doutoranda- História da Educação-Orien. Dra. Andrea Moreno
Bolsa FAPEMIG
Professora da Universidade Estadual de Montes Claros- Unimontes- MG
Resumo: A pesquisa histórica, em andamento, objetiva investigar o ensino da dança para meninas nas décadas de 1930 e 1940, na cidade de Belo Horizonte. Partindo da premissa de que a dança era legitimada como prática corporal educativa para constituição do feminino, serão analisados jornais, revistas, relatórios e programas de ensino, deste período que abarca o Estado Novo, e o ideário do nacionalismo. Ao corpo feminino, a ser educado para conquistar força e saúde, eram atribuídas diversas privações em prol da harmonia corporal, da graça, da doçura e da delicadeza identificadas como atributos femininos necessários à civilidade moderna, que pode ter tido em uma escola de dança um lócus legitimado desta educação corporal.
Palavras chave: ensino da dança, educação corporal, história da educação.

  • Educação somática e dança: experiências com a Reorganização Postural Dinâmica

Eloisa Domenici
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UFBA
Professora Adjunta – Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP)

Resumo: Diversos autores vêm ressaltando a contribuição das práticas de educação somática para a dança, em termos da pedagogia do movimento, da prevenção de lesões, e também para a sua poética. A Reorganização Postural Dinâmica – prática de educação somática criada por Lima (2010) – é uma técnica de trabalho corporal que se baseia em uma série de exercícios voltados ao alinhamento postural e principalmente na exploração da tensão lenta como estratégia. Neste artigo apresento duas situações em que esta técnica foi utilizada na prática pedagógica em dança, com diferentes grupos e objetivos, e discuto os resultados obtidos. O resultado final reitera a conclusão do autor, de que a técnica apresenta grande potencial para a formação de artistas da dança.

Palavras-chave: Reorganização Postural Dinâmica; dança; educação somática.

  • Harmonia dos afetos na experiência com o método BPI: as relações interpessoais como meio para um aprofundamento da relação do intérprete consigo mesmo

Flávio Campos Braga
Programa de Pós-Graduação em Artes – UNICAMP
Mestrando – Fundamentos Técnicos/Poéticos do Intérprete – Or. Profa. Dra. Graziela Rodrigues
Ator, Bailarino e Performer

Resumo: O método Bailarino–Pesquisador–Intérprete (BPI) visa uma criação que legitime o intérprete e seu corpo como eixo do processo cênico, respeitando seus movimentos e sensações mais genuínas. Este artigo apresenta uma reflexão sobre a importância, para o intérprete, da relação com o outro na vivência plena do método BPI. Pretende-se, também, analisar a influência das relações interpessoais no processo de criação e formação do bailarino-pesquisador-intérprete. Para tanto, conceitos da psicologia e psicanálise sobre o desenvolvimento da identidade ligados à noção de imagem corporal são trazidos à tona como auxiliar no entendimento do tema abordado.

Palavras-chave: Método BPI, Processos de Criação, Imagem Corporal

  • Articulação entre materiais: uma proposta de dramaturgia

Gisela Dória Sirimarco
Mestre  egressa da Escola de Comunicações e Arte – Universidade Estadual de Sao Paulo
Bailarina, Coreógrafa, Professora e Pesquisadora

Resumo: O artigo em questão examinara a oficina “Dramaturgia/ História da Dança”, que ministrei em Campo Grande, MS, em abril de 2010. O percurso do texto descreverá e analisará a estrutura dessa oficina, que teve como foco a dramaturgia presente na dança contemporânea. Nesse sentido, tensões existentes entre o teatro e a dança foram abordadas através de uma proposta de revisão histórica, com referências teóricas e audiovisuais, processo esse que envolveu experimentações práticas desenvolvidas a partir de várias noções de dramaturgia. Desse modo, as atividades exploradas na oficina serão, nesse artigo, problematizadas e contextualizadas.

  • A presença do corpo nas artes como um valor em si

Giselle Ruiz
Doutora em Artes Cênicas – PPGAC / UNIRIO
Bolsista PRODOC/CAPES – PPGAV/UFRJ

Resumo: Se, a partir da segunda metade do século XX, as imagens do corpo se tornaram fator de unificação entre as artes, o corpo tornou-se passível, então, de ser um fio condutor para uma história crítica da cultura. A noção de corporeidade predominou nas relações entre artes cênicas e artes visuais, transformando o espectador em participante do acontecimento estético. A virada para o século XXI, no entanto, abriu inúmeras possibilidades de desmaterialização, trazendo a emergência de se colocarem novas questões sobre a presença do corpo nas artes como um valor em si.
A pesquisa se encontra em fase inicial e propõe atualizações referentes ao tema tratado na tese “Arte/Cultura em momento de trânsito: o MAM/RJ na década de 1970” (PPGAC/UNIRIO: abril de 2010).

Palavras-chave: Corporeidade X desmaterialização; Artes Cênicas; Artes Visuais.

  • Dança dos Brasis III: Junto aos Xavante

Graziela Estela Fonseca Rodrigues
Programa de Pós Graduação em Artes – Instituto de Artes / UNICAMP
Professora Titular (MAIIIH) – Doutora em Artes – UNICAMP

Resumo: Uma experiência de Retorno do Co-habitar (fase do método BPI) de uma Intérprete, sob minha direção,  que  dançou para a fonte. Tendo feito, anteriormente, pesquisas de campo  junto aos Xavante e  desenvolvido todo o método BPI em seu corpo, retorna à mesma etnia para continuidade do processo. As apresentações aconteceram em três aldeias Xavante num total de quatro apresentações. Trata-se de discorrer sobre as reações, os questionamentos e os significados desta experiência inédita para eles e para nós.  O aprendizado do convívio sempre singular, o dançar junto com as mulheres Xavante numa matriz de movimento inédita para o nosso corpo e a sensação de familiaridade que se repete contribuíram para aprofundar e tornar mais claro o método utilizado.

Palavras-chave: Bailarino-Pesquisador-Intérprete; Dança do Brasil.

  • Um olhar sobre videodança em dimensões

Guilherme Barbosa Schulze
Professor adjunto – UFPB
PhD – University of Surrey

Resumo: Ao considerar-se a videodança como algo diferente do registro ou da adaptação de uma coreografia previamente existente para a tela, pode-se afirmar que essa é uma arte onde a dança e o vídeo devem ser cúmplices indo além dos limites conceituais tradicionais dessas duas linguagens. A bibliografia dedicada à criação e análise de videodança é extremamente limitada sendo a teoria de Rudolf Laban um interessante referencial para sua compreensão. Consideram-se três camadas ou dimensões de análise: primária, secundária e terciária correspondendo respectivamente ao assunto ou personagem, movimento da câmera, e o resultado na tela após a edição. As relações possíveis a partir dessa sistematização podem indicar um caminho estimulante para a criação e compreensão de videodança.

Palavras-chave: videodança, Rudolf Laban, análise, criação coreográfica

  • Processos de criação em Danças Brasileiras

Gustavo Côrtes

Programa de Pós-graduação em Artes da Unicamp

Doutorando em Artes Cênicas. Linha de pesquisa: Processos e poéticas da cena. Orientadora: Dra. Inaicyra Falcão dos Santos

Professor de dança do Departamento de Educação Física da UFMG.

Resumo: O objetivo principal deste artigo é discutir as possibilidades de análise de movimentos gestuais e de formas de expressões existentes em danças presentes nas manifestações da cultura popular brasileira e as possibilidades de criação artística inspirada nas tradições e na memória coletiva das festas e folguedos populares. No caso específico das danças brasileiras, o artigo buscará compreender metodologias utilizadas na transposição artística de trabalhos de cena realizados por pesquisadores e ou artistas, do campo de pesquisas para os palcos brasileiros.

Dança Brasileira, Folclore, Criação artística.

  • Reconstrução ou Reinvenção: Revivendo a Dança

Holly Cavrell
Programa de Pos-Graduaçao em Artes
Unicamp Doutorando/Processos de Poeticas da Cena
Or. Dra. Cassia Navas Alves de Castro Professora do Departamento de Artes Corporais – Unicamp
Resumo: Recentemente em Nova York assisti a uma avalanche de coreografias dos anos 1960 e 1970. Não eram um ou dois, mas uma onda de trabalhos sendo reconstruídos e, mais surpreendentemente,havia uma audiência ansiosa se amontoando para vê-los. Em geral eram trabalhos de artistas experimentais da década de 1960 que tinham muito em comum com os performers de hoje. Além disso artistas contemporâneos renomados, como Vera Monteiro,encontravam-se envolvidos nestes projetos. Quando ouvia os espectadores comentarem “este trabalho é tão novo”, comecei a me perguntar se não havia uma questão política ou filosófica a ser discutida. Por que as pessoas estão olhando para o passado e o que isso tem a nos dizer sobre o presente? Que efeito isto exerce sobre trabalho pessoal dos artistas de hoje?
Palavras-chave: Dança, Historia em Transformaçao

  • O Espectador de dança: a questão do julgamento e do gosto

Isaira Maria Garcia de Oliveira
Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas – Instituto de Artes -UNICAMP
Doutorando  em Artes – Orientadora: Profª Dra. Cássia Alves de Castro
Professora Mestre:Escola de Turismo e Hospitalidade – Universidade Anhembi Morumbi/SP
Resumo: O presente trabalho procura fazer uma investigação inicial sobre a questão do julgamento e do gosto dos espectadores de apresentações de dança, de um modo geral. Tenta verificar como se estabelece o julgamento e o gosto desse tipo de espectador, que ao assistir uma apresentação de dança, ora julga-a boa, ora julga-a ruim; ora gosta dessa apresentação e muitas vezes não consegue descrever o que exatamente gostou e ora a ignora, apresentando a mesma dificuldade em estabelecer sua recusa. Através de conceitos de Patrice Pavis e Pierre Bourdieu, faz-se um breve relato sobre a questão do julgamento, relacionando-o à estética do belo e à filosofia da belas artes; bem como apresenta-se a questão do gosto, relacionando-o à educação e as práticas culturais, ou mesmo até a origem social de cada espectador.

  • O corpo que dança – Cooperações da dança e teatro na cena contemporânea.

Jonas de Lima Sales
Departamento de Artes Cênicas – UNB
Professor Associado – Mestre em Educação – UFRN
Resumo: O trabalho propõe uma reflesão sobre as relações existentes entre a dança e o teatro na composição do trabalho do ator na cena contemporânea. Vislumbra-se desenhar propostas em que a dança possa estar inserida nas práticas de processo de composição do corpo do ator em cena, a fim de que este corpo possa construir sua expressividade, possibilitando um agrupamento de códigos de movimento e o seu domínio.  A pesquisa acontece a partir das análises de vivências de preparação de corpo no Grupo Estandarte de Teatro e na Escola Municipal de Teatro (Natal/RN), em que as técnicas de danças foram aplicadas visando contribuir para uma consciência do movimento do corpo na composição da cena.

Palavras – chave: Corpo – Dança – Teatro – Trabalho do ator

  • Rolf Gelewski e suas contribuições para a formação e criação em dança no Brasil

Juliana Cunha Passos
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UNICAMP – Mestrando
Fundamentos técnico/poéticos do intérprete – Ora. Profa. Dra. Elisabeth Bauch Zimmerman
Bolsa FAPESP

Elisabeth Bauch Zimmerman
Departamento de Artes Corporais e Programa de Pós-Graduação em Artes – UNICAMP – Professora titular
Doutora em Saúde Mental – UNICAMP
Chefe do Departamento de Artes Corporais – Instituto de Artes – UNICAMP

RESUMO: Rolf Gelewski, dançarino alemão que lecionou na Escola de Dança da UFBa nas décadas de 60 e 70, teve sua presença marcada no Grupo de Dança Contemporânea da Escola, coreografando e dirigindo diversos espetáculos. Rolf conseguiu divulgar a dança e o trabalho do grupo e forneceu experiência artística para jovens artistas em uma época em que pouco se falava de dança moderna no país. A sua maior contribuição para a dança, porém, foi sua atuação pedagógica, com a elaboração de materiais didáticos, publicação de textos e livros e estruturando o primeiro Curso de Dança de nível superior do Brasil. O presente artigo discorre sobre dois materiais didáticos de Rolf (Estudo do espaço e Estudo básico das formas) e a importância da improvisação (estruturada e livre) para a formação e criação em dança.

Palavras-chave: Rolf Gelewski, improvisação, formação em dança

  • “É Cultura?!”: Reflexões sobre dança e as ideologias da arte hiper-moderna

Juliana Moraes
Programa de Pós-Graduação em Artes – UNICAMP
Doutoranda – Processos e poéticas da cena – Or. Profa. Dra. Cássia Navas
Bailarina, coreógrafa e diretora (www.companhiaperdida.com.br)
Professora do Departamento de Artes Visuais – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

Resumo: A partir da experiência de dançar seu solo Querida Sra. M., em meio a gritos de adolescentes no CEU Cidade Dutra em 2004, a autora reflete sobre discursos de sustentação da arte contemporânea e propõe que o espectador ainda é visto com desconfiança de duas maneiras: como sujeito-culto, portador do gosto aristocrático-elitista; e como sujeito-inculto, portador do gosto duvidoso da indústria do entretenimento. A sensação de desmonte efetuada em seu corpo faz a autora refletir sobre o lastro histórico/ideológico da arte moderna que teria nas vanguardas européias (início do século XX) e na contracultura americana (anos 60/70) exemplos de “discursos democráticos para a arte metamorfoseados em condutas morais”, e reflete sobre a força dessas idéias na periferia do mundo, como o Brasil.

Palavras-chave: dança, espectador, hiper-modernidade, discursos em arte, condutas morais.

  • Corpos em transformação: experiências na formação técnica em dança na ETEC de Artes do Centro Paula Souza (SP)

Júnia César Pedroso
Pesquisadora – GPDEE – IA/UNESP
Mestre em Artes – UNESP
Professora do curso técnico de dança da ETEC de Artes

Resumo:Este artigo apresenta em estudo sobre a formação no curso técnico de dança do Centro Paula Souza, criado recentemente na cidade de São Paulo. Sendo um curso com duração de três semestres (com vinte e cinco horas-aula semanais) e com estrutura curricular bastante ampla, aponta diversas possibilidades de desenvolvimento ao aluno. A pesquisa busca conhecer, através de um estudo de caso, as transformações (corporais, subjetivas, sociais) vividas por alunos já formados e interpretá-las a partir do conceito de experiência, trazendo à luz a ampliação da percepção do corpo e da compreensão de dança e arte, na sociedade contemporânea. Desta forma, propõe uma reflexão sobre o processo educativo em dança, como agente transformador do sujeito e da coletividade.

Palavras-chave: corpo, percepção, experiência, dança.

  • Corpo, Dança e Memória: territórios convergentes

Karenine de Oliveira Porpino

Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas – UFRN

Professora Associada,  Doutora em Educação UFRN

Resumo: A pesquisa investiga as relações entre corpo, dança e memória no contexto da experiência de bailarinos. A partir de uma abordagem fenomenológica, compreende a evocação da memória como experiência que pode ser tomada como via de mão dupla entre o corpo e a dança. Nessa perspectiva, considera a memória como matéria prima para a dança e esta como desencadeadora de formas diversas de perceber o corpo. Os sujeitos investigados são bailarinos da Gaya Dança Contemporânea, projeto de extensão da UFRN, que vem investindo nos processos de criação em dança a partir do repertório gestual de seus componentes. A investigação pretende contribuir com as reflexões em torno do corpo e da dança, tendo a memória como dimensão estética a ser discutida no âmbito das práticas artísticas e educativas.

Palavras chaves: corpo, dança, memória

  • Dança-vídeo: tensões e pulsações

Katya Souza Gualter
Universidade Estadual de Campinas – Doutoranda em Artes
Área de Estudo: Fundamentos Técnico/Poéticos do Intérprete
Orientador: Professor Dr. Eusebio Lobo
Mestre Em Tecnologia Educacional – UFRJ
Atuação Profissional: Professora Coordenadora Programa de Graduação em Dança e Grupo PECDAN (PEsquisa em Cinema e DANça)/UFRJ

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo investigar possibilidades dialógicas da dança com o vídeo inspiradas nos mitos de Exu; orixá de origem africana, que se impõe como sendo o mensageiro, intermediário, mediador entre o mundo visível dos homens e o mundo da invisibilidade e da Natureza. O corpo poético em trânsito na cena urbana da contemporaneidade é o fio condutor da prática de exercícios audiovisuais. Buscamos a dança dividindo com o vídeo o espaço da criação e da produção de conhecimento, como sendo um potencial provocador de cruzamentos de linguagens, técnicas, suportes, materiais, levando a tensões no próprio campo da expressão artística, gerando novos e complexos sentidos.

Palavras chave: corpo; dança; vídeo.

  • Apontamentos para pensar os processos de criação em dança na contemporaneidade

Larissa Kelly de Oliveira Marques Tibúrcio
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas- PPGArC- UFRN
Professora Adjunta- Doutora em Educação- UFRN

RESUMO: O estudo ora apresentado trata-se de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida nos últimos dois anos acerca de procedimentos contemporâneos de pesquisa e criação em dança que possam subsidiar a elaboração de coreografias. Elegemos dois processos de criação para serem refletidos: A elaboração do Espetáculo “Debaixo do Barro do Chão” do Grupo Parafolclórico da UFRN, montado em 2008 e de “Nós, Sós, fruto de uma dissertação com prática defendida em 2010 junto ao Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas dessa universidade. Ressaltamos a importância do criar a partir da experimentação e investigação do próprio corpo, como proposição que amplia a disponibilidade corporal, explorando a diversidade de formas expressivas e conduzindo à diferentes escrituras coreográficas.
PALAVRAS-CHAVES: Pesquisa; Processos de criação em dança; Contemporaneidade.

  • Emoções à baila: a coreografia no método Bailarino-Pesquisador-Intérprete (BPI)

Larissa Sato Turtelli – Graziela Rodrigues (orientadora do projeto de Doutorado que deu origem a este trabalho)
Instituto de Artes – UNICAMP
Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Bailarino-Pesquisador-Intérprete (BPI) e Dança do Brasil
Doutora em Artes – UNICAMP
Intérprete, pesquisadora e docente na área de dança

Resumo: A construção artística no método BPI é fruto da integração de conteúdos internos do intérprete. A dramaturgia do espetáculo está centrada no que, e como, o corpo do intérprete expressa, através da personagem nucleada neste. Nessa perspectiva o cerne das coreografias está no conteúdo sensível que lhes é intrínseco, o qual modula a atuação corporal, gerando qualidades de movimento que não são possíveis de serem realizadas sem a atuação consciente das emoções. São criadas “partituras de sensações”. As coreografias apresentam um outro tipo de exatidão nos seus movimentos, que não se pauta na reprodução exata de formas pré-concebidas e sim, em atingir qualidades de movimento específicas, resultados de uma integração das imagens, sensações e emoções no movimento.

Palavras-chave: Dança, Coreografia, Criação, Apresentação cênica.

  • O Grupo Experimental de Dança e a ditadura militar em Salvador

Lauana Vilaronga Cunha de Araujo
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UFBA
Doutoranda – Memória e História da Dança – Or. Profª. Drª. Eliana Rodrigues Silva
Bolsa Capes

Resumo: O Grupo Experimental de Dança (GED/1965-1981), de Lia Robatto, configurou-se como movimento artístico vanguardista no que concerne à participação colaborativa, exploração de espaços cênicos alternativos, interação público-plateia, integração artística, valorização da cultura popular e postura crítica e propositiva para a dança.
Além dos méritos artísticos, as proposições artísticas do GED demarcaram um espaço de liberdade de expressão em meio ao ambiente de repressão instaurado pelo regime militar no Brasil em 1964, destoando do quadro geral de cerceamento criativo imposto às outras linguagens artísticas pelos censores militares. Lia Robatto é personalidade amplamente reconhecida no cenário da dança brasileira e dedica-se profissionalmente à dança em Salvador/BA há mais de cinquenta anos.

Palavras-chave: Lia Robatto; Grupo Experimental de Dança; ditadura militar

  • Movimentos de percurso: afirmação na dança de Denise Stutz

Lilian Vilela

Resumo: Este trabalho é um recorte de uma tese de doutorado que versa sobre a história de vida artística da bailarina Denise Stutz em seu percurso de atuação cênica desde a década de 1970. A investigação está centrada na construção de uma narrativa histórica através das experiências vividas pela bailarina – parte da classe combatente (BENJAMIN, 1987) – em seus diferentes projetos poéticos. Como procedimento metodológico foi adotado a transcriação (MEIHY, 2005) de suas narrativas orais, análise de movimento (LABAN, 1978) e análise de espetáculo (PAVIS, 2003) de seis obras cênicas escolhidas como obras de referência (GERALDI, 2009) para a bailarina. Na ABRACE apresento parte desta pesquisa com as reflexões e análises sobre a obra de afirmação “3 solos em um tempo” (2008).

Palavras-Chave: dança; história da dança; bailarina.

  • Lucia Fernandes Lobato

Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da UFBA
Professora Adjunto IV – Doutora em Artes Cênicas – UFBA

Resumo: Este artigo é uma contribuição para as atuais pesquisas e perspectivas de Escrituras em Dança e está inserido nos estudos pós-coloniais que têm como propósito pensar a dança a partir de sua distensão dos códigos e padrões hierarquizados pela tradição ocidental. A perspectiva é observar, nas diferentes propostas de expansão e absorção da criação em dança, aquelas que apresentam suas próprias, mas ainda distantes, territorialidades, diversidades étnicas e culturais corporificadas coreograficamente.
Palavras-chaves: Dança – Coreografia – Escrituras

  • Para transmitir ao outro a experiência de dançar e organizar a dança em coreografia.

Luciana Paludo
Programa de Pós-Graduação em Educação – UFRGS
Doutoranda – Educação: Arte, Linguagem e Tecnologia – Or. Prof. Dr. Gilberto Icle
Professora do Curso de Dança da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)

RESUMO: Esta pesquisa visa problematizar e pensar na lógica da composição coreográfica para potencializar a construção de um corpo para a cena em dança. Como professora de composição coreográfica e de técnicas de dança, no exercício de minha carreira artística e acadêmica, foi possível estabelecer metodologias para criar, analisar e fazer circular trabalhos artísticos. Dessa maneira, acredita-se que instigar os alunos a observar e a sistematizar procedimentos que envolvam uma ‘poética da dança’ e, posteriormente, um exercício crítico em relação às produções, é fator essencial na formação dos acadêmicos nos cursos de dança. Assim, no decorrer deste processo de doutoramento, a presente pesquisa tem o intuito de averiguar a relação estreita entre técnica, poética e estética na dança.
Palavras-chave: dança, educação e composição coreográfica.

  • Desdobrando a Dança Imanente: organicidade, técnica e estética na construção de uma poética cênica

Luiza Monteiro e Souza
Programa de Pós-graduação em artes da UFPA
Mestranda –  Artes – Or. Prof. Dr. Cesário Augusto
Professora da Universidade Federal do Pará

RESUMO: Este texto traz apontamentos referentes à continuidade das abordagens teóricas e práticas concernentes ao trabalho desenvolvido junto a Companhia Moderno de Dança. Nesse sentido, a construção da poética da companhia é observada a partir do encadeamento de três conceitos-chave norteadores: organicidade, técnica e estética. Essa tríade sustenta o desenvolvimento de reflexões que partem de experimentações junto aos bailarinos da companhia no intuito de verificar as possibilidades de investigação e pesquisa em dança cujo processo tem como ponto de partida as imanências dos sujeitos nele imbricados a fim de promover a ativação de estados de corpo diferenciados, tendo em vista as implicações destes estados corporais com as resultantes de organicidade, técnica e estética suscitadas no processo.
Palavras-chave: Dança imanente. Organicidade. Técnica. Estética. Processo.

  • Dança Teatral: origens e percepções

Luiza Romani Ferreira Banov
Programa de Pós-Graduação em Artes – UNICAMP
Mestranda – Artes Cênicas – Or. Prof. Dra. Sayonara Pereira (USP)
Bolsista FAPESP

Resumo: Este estudo tem como finalidade estabelecer pontos de referencias sobre o termo Dança Teatral, suas ramificações e significado. A partir de autores como Winearles, 1958, Pereira, 2007, Grebler, 2008, pretende-se entender como esta linguagem, que se originou na Alemanha se desenvolveu, ganhou força e adentrou de maneira consistente na linguagem das artes contemporâneas. Desta maneira propomos a partir de ressalvas sobre Rudolf Von Laban e Kurt Jooss entender a origem do termo Tanztheater; expressão, que estabeleceu cenicamente os pensamentos dos artistas da época e que alimentou artistas contemporâneos como Pina Bausch, Susanne Linke, Henrieta Horn entre outros. Acreditamos que o entendimento deste conceito pode ampliar a discussão do mesmo nutrindo os artistas e suas poéticas inscritas.
Palavras Chaves: Dança Moderna, Teatro, Alemanha, História da Dança.

  • As afetações plásticas do corpo e o conhecimento sensível
Marcia Almeida

Licenciatura em Dança do Instituto Federal de Brasília,  Professora Ph. D em Estética (Filosofia da Arte). Dança, Panthéon Sorbonne Paris 1

Coordenadora do grupo de pesquisa em Arte Coreográfica – Dança contemporânea IFB/CNPq

 

Resumo: O nascimento inaugura o processo da pessoa  numa sociedade. Antes que o recém nascido receba um nome ou as marcas que lhe autorizem a pertencer a certo grupo, o nascimento não é ainda socializado. Só a morte dissolve a forma do corpo. Ha um trajeto a percorrer entre o nascimento e a morte pelo qual o “ego” descrito por Maine de Biran, se constitui ao longo da existência. Assim o corpo não é um organismo acabado, uma massa de músculos, ossos e nervos na dimensão proposta pela anatomia, sobre o qual o  ambiente não pode agir. A pessoa é o resultado da afetação entre ela e o meio que a faz participante de uma determinada sociedade. Vou discutir aqui a plasticidade que se da à pessoa através do sensível, resultado do afeto da pessoa com o meio ambiente e seu conhecimento sensível.

Palavras-chave: arte coreográfica, pesquisa em dança contemporânea, conhecimento sensível.

  • DANÇAR… NO PASTORIL DO RN

Marcilio de Souza Vieira
Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRN
Doutorando em Educação. Or. Drª Terezinha Petrucia da Nóbrega
Fomento: REUNI

Resumo: No Pastoril, assim como nos outros folguedos populares, os brincantes, quando dançam, comunicam-se, usam o gesto como linguagem. É por meio da gestualidade licenciosa que os brincantes desse folguedo mostram sua dança. Eles demonstram comportamentos constituídos a partir de sequências de movimentos e gestos. Assim, cativam, tomam, capturam as pessoas e se comunicam através do gesto que não ocorre linearmente somente a partir do interlocutor, porque o sentido do gesto não é dado, é compreendido e retomado por um ato do espectador. Situamos esse folguedo no mundo vivido fenomenológico como abordagem metodológica, tendo por objetivo refletir sobre o sentido da dança no Pastoril do Rio Grande do Norte através das cançonetas das brincantes desse folguedo.

Palavras-chave: Pastoril. Cançonetas. Dança.

  • Dança e Modernidade: uma história feita de geografia flutuante.

Maria Albertina Silva Grebler
Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas – UFBA
Professora Associada Doutora em Artes Cênicas –UFBA

Resumo: Trata do surgimento do campo da Dança Moderna nos anos 20 quando esta adotou um paradigma fundamental que conformou sua criação à descoberta de uma gestualidade singular. Verifica as Influências Cruzadas, citadas por Manning e Benson, que fomentaram as criações dos pioneiros da Dança Moderna, sublinha as contribuições de François Delsarte e especula sobre a geração do projeto modernista da Dança como um esforço multinacional que envolveu pensadores e artistas de diferentes épocas e países.

Palavras-chave: Historia da Dança.

  • Trê(s) Jeitos de um Dançar Contemporâneo

Maria de Lurdes Barros da Paixão
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas- PPGARC-UFRN
Vice-Coordenadora do PPGARC-UFRN
Professora Adjunta do Departamento de Artes -UFRN – Doutora em Artes- UNICAMP

Resumo: O processo de criação oriundo do Projeto Redendê ─ desenvolvido junto ao grupo de pesquisa Cirandar do Departamento de Artes da UFRN parte da releitura dos personagens do romance “Lueji” do escritor angolano Pepetela. A ancestralidade africana é o elo entre as personagens femininas da obra. A coreografia “Xirê Obirikiti”- A Dança da Roda Ritual é a conseqüência da re-elaboração e ressignificação das ações das respectivas personagens no contexto das danças de Iansã, Oxum e Iemanjá. As matrizes gestuais africanas são re-elaboradas e ressignificadas no contexto da cultura brasileira, evidenciando a dança em seus aspectos cênico – etno- dramatúrgico.

Palavras-chave: Ancestralidade africana, re-elaboração, ressignificação

  • Enquanto caem as folhas… a partir da obra de Marguerite Duras

Marina Martins da Silva
Prof. Adjunta do Programa de Ensino e Criação em Dança/DAC – UFRJ
Atuação Profissional: Artística e Instituição de Ensino

Resumo: Enquanto caem as folhas… é o primeiro módulo da pesquisa “Corpo Prismático” no qual estudamos a literatura de Marguerite Duras como linguagem simbólica do silêncio a ser transposta para o corpo em movimento a partir das Harmonias Espaciais de Rudolf Laban, onde “espaço vazio não existe, espaço é a superabundância de movimentos simultâneos”. As personagens femininas de Duras parecem ausentes, cingidas pelo tédio e pelo esquecimento e deambulam desatentas da realidade imersas em seu espaço interno. A forma esculpida sem a forma fluida (interna) seria uma estrutura sem sentimento e a pele, como a página em branco, o suporte da linguagem do corpo, limiar ou fronteira que define o lugar e a forma do sujeito. É também superfície de contato e de inscrição, verso e reverso, interior e exterior.

Palavras-chave: dança – literatura – Sistema Laban

  • Fruição e Usufruição em Dança na Educação Infantil em Viçosa, MG

Maristela Moura Silva Lima

Professora Titular – Doutora em Dança – Temple University (EUA)

Coordenadora de Projetos de Extensão – PIBEX – e Pesquisa – CNPQ

Resumo: Esta pesquisa analisou o impacto de um trabalho de campo de fruição e usufruição em dança no saber artístico de 192 participantes de instituições de ensino básico em Viçosa, MG. Eles responderam ao questionário oral inicial e final, tiveram duas aulas teórico-práticas semanais de gêneros diversificados de dança, fruição de vídeos, assistiram espetáculos ao vivo, além de apresentarem como intérprete-criadores. Houve melhoria significativa do conhecimento artístico dos participantes, pois a maioria mudou sua visão do que é dança e do que é uma apresentação desta linguagem.  O trabalho permitiu aos envolvidos um enriquecimento artístico, assim, sugerimos que, através de metodologias educacionais diversificadas e duradouras de fruição e usufruição, pode-se ampliar o saber apreciativo em dança.

Palavras-chave: dança, fruição, usufruição, educação infantil

  • Marta Simões Peres – `Dança e Corpo Humano – disciplinas biomédicas em dialogo com a arte`

Profª. Drª. Marta Simões Peres
Professora Adjunta do Departamento de Arte Corporal
Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ
Doutora em Sociologia (UnB) com pós-doutorado em Antropologia (IFCS/UFRJ)

RESUMO: As disciplinas da área biomédica são indiscutivelmente relevantes na grade curricular de uma graduação em Dança. Entretanto, faz-se necessário ter em mente os principais objetivos desse aprendizado, dentre os quais, podemos elencar: não se machucar, máxima de Hipócrates; não machucar os outros – parceiros e alunos; ampliar o leque de possibilidades expressivas do corpo; utilizar a dança como abordagem terapêutica. A estrutura de disciplina `Dança e Corpo Humano` foi construída a partir do diálogo de conteúdos da fisiologia com o Sistema Laban-Bartenieff de Análise do Movimento. Finalmente, além das aulas expositivas, o tempo dedicado à prática não é mero entretenimento, mas o coroamento que dá real sentido ao ensino das disciplinas em questão.

Palavras-chave: Graduação em Dança; disciplinas biomédicas; arte e ciência; transdisciplinaridade.

  • Diálogos Corpóreos: percepções sobre o corpo no processo de criação

Mayrla Andrade Ferreira
Pós-graduação em Artes- Instituto de ciência da arte- Universidade Federal do Pará
Mestranda – Processo de criação, transmissão e Recepção em Artes
Professora da Universidade Federal do Pará – UFPA
Diretora Artística da Ribalta Companhia de Dança- PA

RESUMO: Este ensaio busca refletir sobre as possibilidades expressivas do corpo cênico fundamentadas no diálogo experimental entre o conceito de improvisação e os princípios que orientam a prática da Eutonia aplicados na Ribalta Companhia de dança, Belém/PA. Em decorrência dos laboratórios experimentais, essa permeabilidade criativa oferece uma teia complexa de movimentos e possíveis significados que revelam pedaços de informações da vida do artista. Articula-se a abordagem Fenomenológica para análise investigativa da práxis a partir de uma perspectiva rizomática proposta por Gilles Deleuze.

PALAVRAS-CHAVE: Corpo cênico; Improvisação; Eutonia; Permeabilidade criativa.

  • Proposições teóricas nos estudos dos processos criativos

Meireane R. R. de Carvalho
Programa de Pós-Graduação em Dança – UFBA
Mestranda – Dança – Or. Profa. Dra. Lúcia Matos
Bolsista FAPEAM
Professora do Curso de Dança – UEA
Resumo: O estudo trata das abordagens conceituais sobre processo de criação e sua correlação para o estudo da criação em dança no ensino superior. A importância que se dá a esse assunto vem do interesse em dialogar com proposições teóricas que discutem a criação artística e suas (in) congruências nos processos criativos. Essa comunicação vem colaborar para discussão acerca da problemática que investiga as proposições curriculares das IES em dança para as disciplinas correlatas ao ensino dos processos criativos e sua articulação com as teorias que discutem processos artísticos.
Palavras-chave: Conceitos. Processo de criação. Currículo

  • Voz e palavra na criação coreográfica contemporânea

Mônica Dantas
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Professor Adjunto
Doutor em Estudos e Práticas Artísticas – UQAM
Artista de dança
Resumo: Neste artigo, proponho uma reflexão sobre a utilização da voz e da palavra na criação coreográfica contemporânea, tendo como referência as obras Aquilo de que somos feitos, da Lia Rodrigues Companhia de Danças e Marché aux puces, nous sommes usagés et pas chers, de dona orpheline danse, buscando, em paralelo, entender como a voz e a palavra se constituem em elementos importantes na formação de bailarinos contemporâneos. Nas peças analisadas, há uma interdependência entre a voz, a palavra e o corpo em movimento, sendo que a utilização da palavra e da voz foi uma demanda da própria obra, que se impôs ao longo do processo de criação.
Palavras-chave: voz e palavra – criação coreográfica contemporânea – formação de bailarinos

  • Ambiente cultural da Rítmica Corporal de Ione de Medeiros, Belo Horizonte na década de setenta.

Mônica Ribeiro
Professora Assistente do FTC/EBA–UFMG
Doutoranda em Artes; Atriz-bailarina.

Resumo: O presente texto apresenta parte da pesquisa de doutorado cujo objeto é a Rítmica Corporal da musicista e diretora do Grupo Oficcina Multimédia, Ione de Medeiros no que se refere a seus aspectos cognitivos, afetivos e motores. Por meio de uma revisão da literatura específica e da realização de entrevistas semi-estruturadas objetivou-se correlacionar os aspectos da ambiência cultural de Jaques-Dalcroze com os de Medeiros devido às marcas dalcrozianas  encontradas nos exercícios de Rítmica Corporal desta última.

Palavras-chave: Dalcroze; Rítmica; Ritmica Corporal; Multimédia.

  • Dança dos Brasis V: junto às mulheres do Jalapão

Nara de Moraes Cálipo
Pós-graduação em Artes – Instituto de Artes – Universidade Estadual de Campinas
Mestranda – Fundamentos Técnico Poéticos do Intérprete – Or. Graziela Rodrigues
Bailarina-Pesquisadora-Intérprete

Resumo: O objetivo central da pesquisa é estudar e analisar a interação de diferentes campos de pesquisa, realizados no eixo Co-habitar com a Fonte, no corpo do intérprete já formado no método BPI (Bailarino-Pesquisador-Intérprete).
A pesquisa de campo vem sendo realizada em comunidades do Jalapão, no Tocantins.
O ultimo campo, trouxe à tona a questão da manifestação da personagem em campo, aonde a afinada relação entre os corpos pesquisados e da pesquisadora possibilitou a manifestação da mesma.
A personagem, nomeada Jura, foi incorporada em um processo anterior onde o campo de pesquisa foram colhedoras de café de Minas Gerais, contudo, as mulheres do Jalapão se identificaram com a dança de Jura.
O texto abordará esta etapa da pesquisa, onde os diferentes campos passam a interagir entre si.

  • O culto da história na dança: olhando para o próprio umbigo

Rafael Guarato
Pesquisador – Mestre em História – UFU
Professor de Artes e História

Resumo: Em se tratando sobre relações entre história e dança, o aparecimento de discursos históricos acerca da trajetória da prática da dança no Brasil surge mais por necessidade e ensejo de registrar uma suposta matriz da dança no Brasil, do que por meio de pesquisas que utilizam a história como ofício. A permanência dessa forma de historiografia sobre dança no Brasil, de caráter historicista e positivista, abriu “brechas” para a emergência de “novos parâmetros” que objetivam oferecer uma luz no fim do túnel. O presente trabalho analisa como a alteração do figurino não implica necessariamente em mudança de manequim. Ou seja, como as recentes propostas de pesquisa em histórica da dança no Brasil atuam muito aquém de seu enunciado, reforçando antigas formas de legitimação e distinção.

Palavras-chave: Dança, historiografia, distinção.

  • Relações entre o coreógrafo e o dançarino no processo de criação em dança contemporânea: um estudo de caso em Porto Alegre

Raquel Purper
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UFRGS
Mestrando – Orientação: Profa. Dra. Silvia Balestreri Nunes; Co-Orientação: Profa. Dra. Mônica Dantas
Bolsa CAPES

Resumo: A pesquisa reflete sobre as relações entre o coreógrafo e o dançarino no processo de elaboração de espetáculos de dança contemporânea, buscando a compreensão do papel que cada um destes artistas desempenha no trabalho de criação. A análise tem por base empírica um estudo de caso desenvolvido a partir de observações realizadas pela autora, a qual participa do processo de criação como dançarina, registros audiovisuais e entrevistas com os criadores dos espetáculos intitulados Eu me Faço Simples por Você (2008) e Alguma coisa acontece (2009): o coreógrafo Airton Tomazzoni e quatro dançarinos participantes dos dois espetáculos, integrantes do Grupo Experimental de Dança de Porto Alegre.

Palavras-chave: processo de criação; coreógrafo; dançarino

  • Arte da Presença: por uma estética da existência em Sonia Mota

Rosa Cristina Primo Gadelha
Licenciatura em Artes Cênicas – UFC
Professora Adjunta – Doutora em Sociologia – UFC/Paris 8

Resumo: Desde o inicio do século XX, diversas experiências em dança trazem em si a noção de um espaço intracorporal, animada por uma diversidade de ritmos neurológicos, orgânicos, afetivos. Tais experiências encontram paralelo com experimentos científicos, que assinalam, sobretudo, uma ligação íntima entre percepção e mobilidade. Para Rudolf Laban, o primeiro dever do bailarino é desenvolver um “saber-sentir”. Talvez imbuída desse “saber-sentir”, em ressonância com a compreensão do espaço intracorporal, a composição solística se destaque como um dos fenômenos mais importantes da dança moderna – seja na dança “natural” de Isadora Duncan, a dança de “expressão”de Mary Wigman, a dança “espiritual” de Ruth Saint Denis ou mesmo a dança “grotesca” de Valeska Gert. É nesse contexto que traremos à discussão a corporeidade dançante de Sonia Mota.

Palavra-Chave: dança, Sonia Mota, composição solística.

  • UNO: o corpo propositor em dança contemporânea

Rosemeri Rocha da Silva
Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas – UFBA
Mestre e doutoranda – Artes Cênicas – Or. Prof.ª Dr.ª Eliana Rodrigues Silva
Bolsa CAPES
Professora do Colegiado de Dança – Faculdade de Artes do Paraná

RESUMO: Corpo propositor reflete sobre questões relacionadas aos modos de fazer dos processos investigativos em dança contemporânea, com enfoque na obra “UNO”, do UM – Núcleo de pesquisa artística em dança da Faculdade de Artes do Paraná, de Curitiba/PR. O objetivo desta pesquisa é apresentar um mapa conceitual com abordagens sobre corpo (experiência) e proposição (que propõe uma idéia), na perspectiva do campo de criação em dança. O estudo propõe algumas pistas para falar de corpo propositor, que são entendidos aqui como princípios geradores de áreas de conhecimento, que se entrecruzam na construção deste pensamento. Sobretudo, nesta pesquisa a relevância dos estudos da Crítica Genética, das abordagens da área da Educação Somática e dos Processos Cognitivos.

  • Ludicidade antropofágica: a ginga de Deleuze,  a mandinga de Barthes e deslocamentos na Capoeira Angola

Sandra Regina de Oliveira Santana
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Ufba
Doutoranda –  Matrizes Estéticas na Cena Contemporânea – Or. Dra. Suzana Martins
Funcionária do corpo técnico-artístico da Escola de Dança da Ufba / Professora da rede pública estadual de ensino – Bahia

Resumo: Considerando a Capoeira Angola um sistema sígnico, um vocabulário – uma língua, portanto, acredito ser possível, a partir da mesma, operar no terreno da criação artística em gestos de deslocamento, o que, para Roland Barthes, implica/significa trapacear (mandinga). Isso porém, sem necessariamente violentá-la, digamos assim, desconfigurá-la, na medida em que ela me diz de meu vínculo social. Diria então: uma poética em ação de pertencimento. A ginga, dentro desse contexto, assemelha-se ao rizoma de Deleuze/Guattari: é trânsito e conectividade, oportuniza deslocamentos intra-sistêmicos e linhas de fuga como o frevo, o batuque, o samba-duro, a dança da capoeira etc.  Daí o termo forjado: ginga-rizoma. Essas idéias estarão contidas em minha tese de doutorado do PPGAC da UFBA.

Palavras-chave: Capoeira Angola – Criação Artística – Mandinga –  Deslocamento

  • Pensando a dança dançadamente: ou como falar uma linguagem mais unânime para diferentes “tribos”

Sayonara Pereira
Escola de Comunicações e Artes – ECA/CAC/USP
Professora RDIDP – Pós-Doutor em Artes/Dança
Profa.Dra. ECA/CAC/USP , bailarina,coreógrafa,pesquisadora

Resumo: Este artigo consiste na reflexão sobre um diálogo possível entre os vários segmentos de profissionais que atuam dentro da área de dança na contemporaneidade. Para isto, faz-se uma breve analise do trabalho dos pioneiros dentro do movimento da German Dance , suas concepções e tendências na busca de que se estabeleçam novas proposições e se instaure um dialogo mais unânime entre as diferentes linguagens corporais da contemporaneidade.
Palavras – chave: Dança, Linguagem do corpo, Diálogo entre as diferentes linguagens na contemporaneidade

  • DANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR: desafios da especificidade.

Programa de Pós-Graduação em Educação – UNICAMP
Doutoranda – Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte – Or. Profa. Dra. Márcia Strazzacappa Hernandez
Bolsa Fundação Araucária
Professor do Curso de Dança – Faculdade de Artes do Paraná
Scheila Mara Maçaneiro

Resumo: O objeto do trabalho abrange o licenciado em Dança, que aprovado em concurso público para professor de Artes no Estado do Paraná, precisa responder questões das diversas linguagens artísticas se deparando com uma realidade bem distante daquela em que foi formado, ou seja, deverá trabalhar com conteúdos de Música, Teatro, Artes Visuais e Dança. Este contexto reforça a manutenção do professor atrelado a antiga LDB de 1971, na qual arte era sinônimo de atividade e não de conhecimento. A especificidade, ao invés de trazer qualidade à profissão e à disciplina, torna-se um empecilho. E permanece a polivalência. Nesse sentido, reflito a discussão sobre a formação específica nas linguagens artísticas, neste caso a Dança e a relevância ou não da especificidade docente na formação escolar do aluno.

Palavras chave: dança, educação, polivalência.

  • Pina Bausch: Como el musquito en la piedra

Solange Caldeira
Universidade Federal de Viçosa/ Professor Adjunto
Doutora em Teatro UNIRIO
Chefe do Departamento de Artes e Humanidades – UFV

Resumo: Quando uma estrela desaparece, o céu já não fica exatamente o mesmo. Pina Bausch, se foi, mas deixou um legado de quarenta peças. Quinze são frutos de residências feitas em vários países. Ela era uma viajante nômade que conseguiu realizar seu projeto estético ancorado nas paisagens humanas cuja variedade nosso planeta tem cultivado. A última de suas criações, Como el musquito en la piedra, ay si, si, si, inspirada no Chile, estreou em 12 de junho de 2009, pouco antes de sua morte. Este seu último trabalho é quase sobre repouso e ansiedade. No meio do espetáculo, uma canção de Victor Jara, Deja la vida volar. Essas foram suas últimas palavras. O artigo trata da importância de sua obra e comenta sobre esse seu último trabalho.

Palavras chave: Pina Bausch, tanztheater, historiografia da dança.

  • Danças do Brasil: em busca de um Corpo Onírico

Suzana Martins
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – UFBA
Professor Associado III – Doutor em Dança na Educação.

Resumo: O objetivo desta comunicação é  contribuir com reflexões acerca da dança do nosso tempo e os estudos do corpo. O estímulo para desenvolver o meu pensamento e elaborar esta comunicação partiu do acúmulo de minhas experiências teóricas e práticas, como dançarina, professora e pesquisadora, da Escola de Dança e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – PPGAC/ UFBA. A intenção é provocar debates sobre a preparação do corpo através do ensino das danças brasileiras, nos cursos de Licenciatura em Dança nas instituições.

Palavras-chave: corpo, onírico, danças brasileiras, pistas, ensino.

  • Metodologia de inspiração etnográfica em pesquisas de práticas corporais artísticas

Suzane Weber
Doutora em Estudos e Práticas das Artes – UQAM
Professora do Departamento de Teatro – UFRGS

Resumo: Este artigo busca apresentar alguns aspectos de uma metodologia de inspiração etnográfica capaz de auxiliar pesquisas na área de processos de criação e práticas corporais artísticas nas artes cênicas, utilizando-se de alguns exemplos de dança. Esta metodologia pode estabelecer relações que são importantes para a dança e o teatro, fazendo a transição entre o que se vê para o que se diz. Segundo Laplantine (1996), a etnografia como atividade perceptiva, compreende um olhar que engloba uma visibilidade não somente óptica, mas também tátil, olfativa, auditiva e gustativa.

Palavras chaves : etnografia, práticas corporais artísticas, dança.

  • Corpoforma: uma estratégia para a apropriação e incorporação de partituras corporais pelo artista cênico.

Tânia Mara Silva Meireles.
Programa de Pós-Graduação em Artes – UFMG.
Bailarina, Artista Plástica, Maitre de Balé. Professora Assistente. Mestra em Artes – UFMG.
Professora de Estudos Corporais do Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema – UFMG

Resumo: Apresento um fragmento de minha Dissertação de Mestrado e proponho aqui que o estudo da forma pelo viés das Artes Plásticas e da Gestalt colabora para o esclarecimento das relações psicofísicas entre forma e conteúdos expressivos, tornando-se um dos possíveis meios de desenvolver a criação, sensibilidade visual e a consciência corporal do artista cênico.

Palavras-chave: forma, corpo cênico, conteúdos expressivos.

  • Dança como linguagem artística: entre o referente e o devir

Thaís Gonçalves
Instituto de Cultura e Arte – ICA da Universidade Federal do Ceará – UFC
Professora-Assistente
Mestre em Políticas Públicas e Sociedade – Universidade Estadual do Ceará – UECE
Professora do Departamento de Artes Cênicas – Universidade Federal do Ceará – UFC

Resumo: A potência da arte reside em mudar a ordem do pensamento, de ao mesmo tempo em que algo se estrutura se ordenar de outra maneira, na relação entre corpos, num processo vivo, segundo os filósofos pós-críticos Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Esta análise segue em direção a uma percepção da dança como potência afirmativa da vida, em contraponto à arte como modelo e representação, próprios do modo tradicional e crítico de entender o mundo. A partir da coreologia de Rudolf Laban e da dança no contexto, de Isabel Marques, o objetivo é ponderar como podemos, hoje, pensar na dança como linguagem. Em que medida compreende-se a dança como gramática, com códigos e territórios fixos, e como seria possível percebê-la em devir, encontro e experiência a mudar a ordem de um pensamento?

Palavras-chave: Arte, dança, linguagem artística

  • Intérpretes em Releitura Criativa

Waleska Lopes de Almeida Britto
UFRJ – Pesquisador – Grupo PECDAN (Pesquisa em Cinema e Dança)
Mestre em Ciência da Arte – UFF
Produção Cultural

Resumo: Esse trabalho é um processo investigativo do movimento dançado que tem como eixo teórico a Fenomenologia da Imaginação Criadora, de Gaston Bachelard. Foi na releitura criadora de fragmentos da coreografia Shijima de Ushio Amagatsu que se buscou, pela apreensão-repercussão de suas imagens, elementos para a estruturação do ato dançante. No diálogo entre imaginação e o impulso interno que materializa o movimento coreográfico, teoricamente baseou-se em conceitos e noções da dança butô e em teorias sobre a dança de Helenita Sá Earp e Rudolf von Laban, na qual a dinâmica do movimento levou ao desenvolvimento de uma estilística própria. Esse processo foi vivenciado por um grupo de alunos do Curso Bacharelado em Dança/UFRJ, culminando no trabalho teórico-prático intitulado “Reflorescência”.

Palavras-chave: Imaginação; Materialização, Singularidade.