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Histórico da ABRACE

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NOSSA HISTÓRIA

Criação

Criada em 21 de abril de 1998, em Salvador, Bahia (com apoio do CNPq e do CADCT/ BA), com ampla participação de lideranças representativas da área de artes cênicas (teatro e dança) de todo o Brasil, a ABRACE teve no I Congresso (São Paulo) o primeiro ponto forte de sua história. A realização deste Congresso na ECA/USP, em setembro de 1999, revelou o crescimento da área de Artes Cênicas no ambiente universitário brasileiro, desde a implantação dos primeiros cursos livres nos anos 40 e 50, dos cursos de graduação nos anos 60 e do lento processo de criação dos cursos de pós-graduação a partir dos anos 70.

A imensa variedade de títulos apresentados para as comunicações do I Congresso, que teve como tema central a pergunta Quem somos? possibilitou um panorama do que se estava produzindo e pesquisando em Artes Cênicas no Brasil. O eixo de trabalho neste congresso foi construir um mapa da pesquisa e da pós-graduação no país.

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I Congresso

O I Congresso da ABRACE reuniu mais de 250 pesquisadores e representantes de programas de Pós-Graduação, contando com 132 comunicações efetivamente apresentadas e organizadas em 30 mesas, além de reuniões de caráter administrativo e grupos de trabalho, mesas redondas e outras atividades. 

Treze anos depois da sua fundação, pode-se afirmar que a ABRACE representou um incremento à pesquisa na área, bem como um impulso aos estudos de pós-graduação, considerando que associação possibilitou uma maior articulação entre pesquisadores e grupos de pesquisa e uma presença mais constante dos representantes da área junto às agências de fomento.

NOSSA HISTÓRIA

I Reunião

Como parte desse processo histórico, a ABRACE organizou a I Reunião Científica da Associação nos dias 2 e 3 de maio de 2000, em Salvador, com apoio da CNPq, da CAPES e do CADCT/BA. A I Reunião Científica contou com mais de 50 participantes, todos associados, resultando em ricas discussões sobre as pesquisas na área. Os debates acerca da implantação e organização de Grupos de Trabalho – GTs na ABRACE, assim como as 32 comunicações apresentadas durante a I Reunião, possibilitaram um amplo diagnóstico das perspectivas para a pesquisa de graduação e pós-graduação em Artes Cênicas no Brasil.

II Congresso

O II Congresso da ABRACE foi realizado em Salvador, na UFBA, de 8 a 11 de outubro de 2001, com a presença de 340 pesquisadores, representando cerca de 40 universidades e núcleos de pesquisa, e contou com o apoio do CNPq, da CAPES e da FAPESB/BA. A temática central do II Congresso foi a questão Como Pesquisamos? Os diversificados debates e discussões suscitados por essa questão ocorreram na forma de mesas redondas, conferências, performances, espetáculos e demais experimentos cênicos, bem como na forma de comunicações apresentadas no âmbito dos sete Grupos de Trabalho da entidade.

NOSSA HISTÓRIA

II Reunião

A II Reunião Científica foi realizada no Rio de Janeiro, nos dias 27 e 28 de maio de 2002, tendo a UFBA, a UNIRIO, a UFF e a UFRJ como anfitriões, com o apoio do CNPq, da CAPES, da FAPESB/BA. Na ocasião, foram redefinidos os critérios conceituais e operacionais para a estruturação das novas coordenações dos Grupos de Trabalho e avaliou-se o incremento e o intercâmbio das parcerias institucionais e grupais. 

III Congresso

A realização do III Congresso na cidade de Florianópolis, de 8 a 11 de outubro de 2003, tendo o Programa de Pós-Graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) como anfitrião, consolidou o esforço conjunto da sua Diretoria e de toda a comunidade associada (cerca de 350 pessoas e 5 programas), com o apoio da FUNCITEC/SC, do CNPq e da CAPES, através do PROAP, das universidades representadas e de outras instituições de amparo à pesquisa. 

Com a multiplicidade de ângulos, recortes e objetos que a tradição e a contemporaneidade da área de artes cênicas tornam previsíveis, o III Congresso da Associação contemplou as diversificadas questões culturais, estéticas e processuais emergentes no universo acadêmico e delimitou as linhas de ação da Associação para o biênio 2004-2006. O III Congresso representou a quinta oportunidade de encontro e de amadurecimento da área de pesquisa em Artes Cênicas no Brasil. Nessa ocasião foram discutidos, além das diferentes investigações levadas a cabo no interior dos nossos Grupos de Trabalho (GTs), a estrutura de funcionamento da Associação com a criação de novos GTs e delineamentos gerais do trabalho da ABRACE.

No III Congresso de Florianópolis, a ABRACE instituiu em sua estrutura os GTs: Dramaturgia – Tradição e Contemporaneidade, História das Artes do Espetáculo, Pedagogia do Teatro, Pesquisa de Dança no Brasil, Processos de Criação e Expressão Cênicas, Territórios e Fronteiras, Teatro Brasileiro, Estudos da Performance, Teorias do Espetáculo e da Recepção, Dança e Novas Tecnologias.

Entre 19 e 20 de agosto de 2004 foi realizada a III Reunião Científica da Associação no Rio de Janeiro, na qual a nova diretoria do biênio 2004-2006deliberou sobre a organização do IV Congresso a ser realizado na UNIRIO.

NOSSA HISTÓRIA

IV Congresso

O IV Congresso com o tema “Os trabalhos e os dias” das artes cênicas: ensinar, fazer e pesquisar dança e teatro e suas relações teve lugar no Centro de Artes e Letras da UNIRIO, no Rio de Janeiro, e recebeu, entre sócios participantes, sócios ouvintes, e não-associados ouvintes, 530 inscrições, sendo que 186 ouvintes não-associados. Foram publicados 230 textos completos nos Anais – Memória ABRACE X. Além dos Anais, foi lançada a publicação Memória ABRACE IX (Metodologias de Pesquisa em Artes Cênicas. Org: André Carreira et al. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006). Os excelentes resultados percebidos no IV Congresso demonstram claramente a representatividade e a solidez da Associação. O evento contou com apoio do CNPq, da CAPES, da FAPERJ e da FINEP.  

IV Reunião

A IV Reunião Científica da Abrace foi realizada em Belo Horizonte, nos dias 5 e 6 de junho de 2007, tendo como anfitrião o Programa de Pós-graduação em Artes da  Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, com o apoio da Universidade Federal de São João del Rei, da Universidade Federal de Uberlândia e da Universidade Federal de Ouro Preto. A IV Reunião Científica contou coma presença expressiva dos associados, tendo sido realizadas reuniões dos Grupos de Trabalho da ABRACE (11 grupos a partir desta reunião, quando foi criado o GT de Etnocenologia), reuniões de avaliação do percurso da ABRACE que completava, na época, 10 anos de atividade. Nesta reunião houve apresentação de 117 comunicações, publicadas em papel e em mídia eletrônica. O evento contou com o apoio do CNPq, da CAPES e da FAPEMIG.  

NOSSA HISTÓRIA

V Congresso

O V Congresso Brasileiro de Pesquisa e Pós-graduação em Artes Cênicas foi realizado em Belo Horizonte, de 28 a 31 de outubro de 2008, tendo mais uma vez como anfitrião o Programa de Pós-graduação em Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, com o apoio da Universidade Federal de São João del Rei, da Universidade Federal de Uberlândia, da Universidade Federal de Ouro Preto, do CNPq, da CAPES e da FAPEMIG. O objetivo geral do V Congresso foi compor um amplo painel de conferências, mesas-redondas e comunicações que possibilitaram conhecer, discutir e difundir os avanços e o quadro atual das pesquisas e da pós-graduação em relação ao tema “Criação e Reflexão Crítica”. O V Congresso contou com aproximadamente 670 inscritos e 450 trabalhos apresentados nos 11 Grupos de Trabalho da ABRACE, além de conferências e mesas-redondas. Os anais do evento tiveram publicação eletrônica e em CD-Rom. 

V Reunião

A V Reunião Científica da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas – ABRACE ocorreu no Departamento de Artes Cênicas Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com o apoio do Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da USP, da Comissão de Pós-Graduação da ECA-USP e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP. Obteve-se também o apoio do CNPq, da CAPES e da FAPESP. 

A V Reunião Científica, nos dias 5 e 6 de novembro de 2009, foi um sucesso e um salto organizativo na ABRACE, pois implicou na publicação dos anais em versão eletrônica, já disponíveis no sítio da Associação –http://portalabrace.org/memoria1/-, e na consolidação do quadro associativo. Contou com uma palestra de abertura oferecida pelo Professor da Universidade Frankfurt, e hoje um dos principais teóricos das ciências do espetáculo, Hans-Thyes Lehmann, e com uma mesa redonda internacional, com a presença do pesquisador espanhol Oscar Cornago e dos pesquisadores brasileiros Fátima Saadi e Sérgio Carvalho. Além da apresentação das comunicações, ocorreram várias sessões na metodologia de “Open Space”, em que, fora do âmbito dos Grupos de Trabalho, foram debatidos temas transversais no variado universo de pesquisa que são as artes cênicas contemporâneas. Com o tema “Pesquisa teórica nos processos criativos da cena contemporânea” a V Reunião permitiu que centenas de pesquisadores de todo o país, tivessem na noite do dia 5 de novembro um contato direto com os principais grupos de investigação estética e científica nos campos do teatro, da dança e da performance na cidade de São Paulo. 

NOSSA HISTÓRIA

VI Congresso

O VI Congresso da ABRACE organizado pela USP e UNESP, aconteceu na cidade de São Paulo em novembro de 2010 e contou com uma presença massiva de pesquisadores de todos os programas de pós-graduação em artes cênicas, de teatro e de dança do Brasil, além de professores provenientes de diferentes universidades da América Latina. O evento foi enriquecido por conferências e mesas-redondas que contaram com oito renomados pesquisadores estrangeiros como, Jean-François Peyret, que tratou da relação entre ciência e arte, Josette Feral enfocando o real na arte pela estética do choque, Sylvie Fortin e Isabelle Launay que abordaram, respectivamente, aspectos da criação e pesquisa histórica em dança, entre outros,cujas reflexões alimentaram os debates da relação das obras artísticas com a produção científica gerada no âmbito das artes cênicas. A consolidação do papel da Associação no desenvolvimento da pesquisa da área de artes cênicas pôde ser nitidamente comprovada pelo importante número de 602 trabalhos apresentados pelos sócios nas sessões dos Grupos de Trabalho, cujos textos completos encontram-se publicados nos Anais digitais da Associação. Nesse evento, a ABRACE inaugurou uma sessão de pôsteres consagrada aos trabalhos de alunos-bolsistas de iniciação científica, na qual contou com 125 trabalhos, uma iniciativa que veio valorizar o vínculo da pesquisa com a formação de graduandos capacitados ao ingresso na pós-graduação.  A participação, pela primeira vez, de alunos de graduação com pesquisas de iniciação científica demonstrou uma profícua inserção dos graduandos no universo da pesquisa acadêmica. 

VI Reunião

A VI Reunião Científica da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas – ABRACE ocorreu na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o apoio do Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas do Instituto de Artes e do Departamento de Arte Dramática daquela universidade. Obteve-se também o apoio do CNPq, da CAPES e da FAPERGS. 

Realizada nos dias 5, 6 e 7 de setembro de 2011 a VI Reunião Científica contou com duas conferências internacionais que enriqueceram sua programação: na abertura, o professor, crítico e historiador teatral argentino Jorge Dubatti abordou o tema “Teatro, convívio e tecnovívio”; depois, foi a vez da pesquisadora francesa, doutora em dança, Christine Roquet com o tema  “Ao encontro da criação: a análise do movimento e o processo de criação coreográfica”.Além da apresentação das comunicações edas sessões dos Grupos de Trabalho, aconteceram momentos de atividades abertas dos referidos grupos, favorecendo a interlocução entre os pesquisadores e suas temáticas de trabalho. Com o tema “Tempos de encontro: criação, acontecimento e pesquisa” a VI Reunião Científica também abrigou a realização do I Encontro de Coordenadores de Cursos de Pós-Graduação em Artes Cênicas – Teatro e Dança. 

NOSSA HISTÓRIA

VII Congresso

O VII Congresso da ABRACE, realizado em Porto Alegre entre os dias 8 e 11 de outubro de 2012 pela UFRGS, contou com uma presença massiva de pesquisadores de todos os programas de pós-graduação em artes cênicas, de teatro e de dança do Brasil, além de professores provenientes de diferentes universidades da América Latina. Sob o tema “Tempos de Memória: vestígios, ressonâncias e mutações”, o evento foi palco de diferentes discussões, tais como a relação entre memória e criação; memória e re(apresentação); a memória da arte efêmera da cena. O debate foi enriquecido por palestras de convidados especiais. A conferência de abertura foi proferida pelo Prof. Dr. Ivan Izquierdo, um dos mais renomados cientistas brasileiros, especialista dos mecanismos biológicos envolvidos no funcionamento da memória. O Congresso contou ainda com a presença dos seguintes convidados estrangeiros: Ann Cooper Albright (Oberlin College – Oberlin/EUA); José Antônio Sánchez (Universidad de Castilla-La Mancha/ Espanha), Alberto Kurapel e Susana Cáceres (Compagnies des Arts Exilio – Santiago/Montréal) e Ana Carolina Ávila (Bogotá). Foram realizadas duas Conexões Skype: sobre o Projeto“Global Theatre Historie”, com o professor Christopher Balme da Universidade de Munich e mediação de Maria Helena Werneck; e, com o professor da Universidade de Frankfurt, Hans-Thies Lehmann e mediação de Stephan Baumgärtel, que abordou o tema “Esqueço sempre meu rosto – Brecht o artista de várias identidades”. 

VII Reunião

A VII Reunião Científica, realizada nos dias 27 a 29 de outubro de 2013, ocorreu na Universidade Federal de Minas Gerais, cujo tema foi “Arte da Cena: a pesquisa em diálogo com o mundo” teve como foco a promoção, junto aos associados de uma avaliação do estágio atual das colaborações traçadas entre pesquisadores da associação, as produções conjuntas realizadas e, também, descortinar novos modos de colaboração. Instaurando novos espaços de discussão entre os pesquisadores, essa reunião estabeleceu um importante fórum para repensar os encontros, as trocas que vêm ocorrendo e as que podem ainda ser estabelecidas entre os membros da associação, bem como quais são as relações possíveis com a sociedade.  Na assembleia dessa reunião Cartografia foi aprovada a criação da modalidade Cartografia de Pesquisas em Processo. Ressalta-se que o Cartografia foi gerado não como um novo GT, mas como uma nova modalidade de participação nos eventos da ABRACE, pensada para dinamizar e ampliar as possibilidades de troca entre os pesquisadores sem a agrupação por temas específicos). A VII Reunião Científica contou ainda, como convidados internacionais, com o prof. José Gil (Universidade Nova Lisboa) que fez a conferência de abertura “Arte da Cena: a pesquisa em diálogo com o mundo”, e com a pesquisadora mexicana Dra. Patrícia Cardona (Instituto Nacional de Belas Artes), que proferiu a conferência “A Poética de Ensino, uma experiência na formação de artistas”. 

NOSSA HISTÓRIA

VIII Congresso

O VIII Congresso realizou-se entre 31 de outubro e 4 de novembro de 2014, em Belo Horizonte, no Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais, sob o tema, Arte, corpo e pesquisa na cena: experiência expandida, buscando pensar sobre o corpo como acontecimento nas artes da cena e na pesquisa: abrigo poético de convívio e sociabilidade. Mais de 800 pesquisadores, pós-graduandos e graduandos estiveram presentes. Além das sessões de Grupos de Trabalho, mesas redondas e conferências de convidados internacionais, nesse congresso foi realizada a primeira Jornada de Novos Pesquisadores, buscando gerar novos espaços de diálogos para pós-graduandos em seus primeiros anos de participação na associação e no congresso. O congresso contou com as conferências internacionais: do pesquisador e filósofo da educação Jorge Larrosa (Universidad de Barcelona), com a memorável conferência de abertura Palavra Muda. Sobre linguagem, experiência e subjetividade; de Mark Franko (Temple University), “Epílogo de um Epílogo: Historicizando e re-Reconstituição; de Bruce Barton (University of Calgary) – “Dramaturgia Interactual: Estratégias Interdisciplinares para criação de Performance Colaborativa”. 

Mais uma vez, a consolidação do papel da Associação no desenvolvimento da pesquisa da área de artes cênicas pôde ser comprovada, pelo expressivo número de 693 trabalhos apresentados pelos sócios nas sessões dos GTs, EPD e CPP, cujos textos completos encontram-se publicados nos Anais digitais da associação. Nesse evento, além das comunicações, os GTs, CP e CPP propuseram atividades abertas; foram realizadas ainda seis mesas temáticas propostas e compostas por membros de diferentes grupos, bem como 49 pôsteres de alunos-bolsistas de Iniciação Científica. 

VIII Reunião

Na VIII Reunião Científica, o objetivo foi promover uma avaliação do momento histórico e político da associação. Por isso, o tema da VIII RC foi “ABRACE em questão – políticas do conhecimento em Artes Cênicas”, que se propôs a problematizar as formas de criação, produção e socialização do conhecimento em artes cênicas no país e seus desdobramentos na vida acadêmica e na sociedade; pensando as zonas de disputa (simbólica, histórica, política) que emergem no cruzamento entre a investigação em nossa área e as políticas públicas para a Educação e pesquisa no Brasil. Realizaram-se quatro Simpósios Temáticos, em diálogo com universidades da América Latina, por meio de convidados internacionais: a Profa. Dra. Patricia Aschieri (Universidade de Buenos Aires e Grupo de Pesquisa em Antropologia do Corpo e da Performance da UBA), com as experiências de socialização de pesquisas de formas performativas; Miguel Rubio Zapata (Grupo Yuyachkani) para a discussão dos imbricamentos entre pesquisa e criação; Profa. Maria Jose Contreras (PUC – Chile), discutindo a noção de prática como pesquisa no campo das Artes e a Profa. Dra. Vivian Martinez Tabares (ISA/Casa das Américas) discutindo experiências em rede entre pesquisadores, especialmente no que se refere às publicações. A partir do diálogo com os associados, por meio dos coordenadores dos GTs, EPD e CPP, realizamos Fóruns de discussão a partir de quatro eixos de interesse dos associados: 1) Debate das políticas públicas para Educação, Artes e Pesquisa no país; 2) Debate das políticas de internacionalização da pesquisa, discutindo seus sentidos e nossas estratégias de diálogo e atuação política no Brasil; 3) Políticas editoriais da ABRACE e suas interfaces com as políticas editoriais brasileiras em nossa área; 4) Organização interna da associação e relações entre os diferentes sócios ABRACE.

NOSSA HISTÓRIA

IX Congresso

O IX Congresso ABRACE lança como tema as Poéticas e estéticas descoloniais – artes cênicas em campo expandido, alimentadas pelas perspectivas das “epistemologias do sul”. Elas emergem nas últimas décadas manifestando-se por suas ações nos interstícios do tecido social, pelo borramento de fronteiras entre artes, pelos hibridismos e mestiçagens, pelo transbordamento dos espaços institucionais para os espaços urbanos e virtuais. Tais manifestações caracterizam a expansão do estatuto das artes cênicas como fenômeno artístico, cultural, sócio-político, científico. Nesse sentido, coloca-se em evidência o imbricamento entre criadores e suas produções a partir das relações sócio-políticas-culturais de seus locais de origem, etnia, gênero, de um lado, e, simultaneamente, com a dissolução de territórios e fronteiras, conectando ações, performers e debates no campo da criação e da reflexividade sobre o próprio sentido das artes no contexto contemporâneo.

IX Reunião

A IX Reunião Científica: Ao sediar a Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas na gestão 2017-2018, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com o apoio do seu Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, promoveu a realização da IX Reunião Científica da ABRACE. Inicialmente, a realização do evento teve por propósito dar continuidade ao trabalho conjunto e contínuo de fortalecimento das Artes Cênicas brasileiras, da pesquisa acadêmica, tanto de caráter científico quanto artístico stricto sensu, e da qualificação dos pesquisadores da área, com base no êxito obtido nos eventos anteriores Nessa IX Reunião Científica, o objetivo foi promover uma avaliação do momento atual da associação: de um lado, os modos como pensamos a criação e produção de conhecimento, a organização interna e relações dentro de nossa associação; de outro lado, os modos como nos posicionamos política e socialmente frente às ações e transformações nas políticas públicas brasileiras que nos tocam. A Reunião Científica ainda teve como objetivo concreto delinear os eixos de interesse e organização para o X Congresso da associação. Como é tradicional, a Reunião Científica abrigou o encontro de coordenadores de programas de pós-graduação de nossa área e do fórum de editores de periódicos. Considerando o objetivo delineado para a Reunião Científica, a Comissão Organizadora propos o tema “Diversidade de Saberes: As Artes Cênicas em diálogo com o Mundo”. O tema proposto para a IX Reunião Científica da ABRACE veio se coadunar com um movimento social e político atual de dar visibilidade para a diversidade de saberes que emerge da nossa cultura. No último Congresso da ABRACE foram discutidas as Poéticas e Estéticas Descoloniais, e isso abriu um precedente para aprofundarmos as discussões nos saberes artísticos e processuais, nos saberes acadêmicos e interculturais, e, nos saberes da terra e identidades. A pluralidade e a diversidade de saberes que emerge das nossas práticas artísticas e conceituais permitem que se estabeleça em campo expandido um diálogo das artes cênicas com o mundo. Buscou-se com isso pensar o conceito de identidades, no plural, que começa a determinar lugares de fala e de ação na nossa sociedade. A partir deste aspecto podemos discutimos os rumos das pesquisas em artes cênicas no Brasil e pensamos esses saberes em diálogo com a América Latina, reconhecendo as identidades que formam os países latino-americanos e situando o Brasil como fruto de uma diversidade de saberes. A IX Reunião Científica aconteceru de 27 a 30 de setembro de 2017, e foi realizada em Natal/RN. Contou com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e promoveu a discussões sobre três eixos temáticos: 1) Saberes Artísticos e Processuais; 2) ; 3) Saberes da Terra e Identidades.

NOSSA HISTÓRIA

X Congresso

O tema proposto para o X Congresso da ABRACE reafirmou a necessidade discutida na IX Reunião Científica de dar visibilidade para a diversidade de saberes que emerge da nossa cultura e celebrar as nossas diferenças. O X Congresso da ABRACE celebrou os 20 anos de existência da Associação, bem como reconheceu a diversidade das pesquisas, dos olhares e dos saberes que se entretecem no fazer artístico contemporâneo. Celebrar a diversidade significou também reconhecer um esforço de 20 anos de luta e resistência dos pesquisadores da área de Artes Cênicas pelo direito de existir, de fazer arte dentro e fora da Academia, e de gerar um conhecimento específico na nossa área.

A pluralidade e a diversidade de saberes que emerge das nossas práticas artísticas e epistemológicas permitem que se estabeleça em campo expandido um diálogo das artes cênicas com áreas afins: antropologia, sociologia, política, psicologia, educação, etc.. Pensar a pluralidade é pensar o diálogo como o outro, com áreas correlatas e assim ampliar as percepções da arte, da cultura e da sociedade.

As discussões que emergiram na IX Reunião Científica serviram de base para que pudéssemos refletir sobre os rumos das pesquisas em Artes Cênicas no Brasil e para que pudéssemos pensar esses saberes em diálogo com a América Latina, com a África e com as demais partes do mundo. É salutar reconhecer uma irmandade e uma busca por identidade entre países que foram colonizados, e tanto a América Latina, como a África e alguns países da Ásia, sofreram um processo violento de exploração, portanto, pensar sobre esses processos nos ajudou a construir uma corrente ideológica e epistemológica. A partir desta premissa, refletimos sobre a ecologia de saberes, reconhecendo que toda cultura traz brechas para um diálogo intercultural.

Quando analisamos as pesquisas desenvolvidas no Brasil, fica impossível desconsiderar o processo de colonização e de miscigenação cultural que está impregnado no nosso fazer artístico. Sob este aspecto o Brasil pode estabelecer uma nova forma de dialogar com o mundo: com os países africanos, reconhecendo a influência destes sobre a sociedade e sobre a cultura brasileira; com os países europeus, reconhecendo os saberes que foram trazidos com a colonização e com a imigração; e com as demais partes do mundo, dialogando com a arte asiática, com as produções norte-americanas e com os povos da Oceania, entendendo que cada continente também traz em si uma diversidade de saberes, especialmente no campo das artes cênicas.

O X Congresso foi realizado entre os dias 15 a 20 de outubro de 2018, aconteceu em Natal/RN contando com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, promovendo discussões sobre três eixos temáticos delineados desde a IX Reunião Científica.

O tema da diversidade também está em voga, pois é urgente pensar as diferenças e refletir sobre as políticas de gênero, sobre as políticas de desterritorialização e reterritorialização e dar visibilidade aos povos indígenas, compreendendo as diversas etnias que formam a nação ameríndia no Brasil e aprendendo com os saberes da terra, os saberes dos povos que habitavam este continente antes do processo de colonização.

A Academia, já vem há algum tempo criando espaço para essas discussões descoloniais, e acreditamos que as artes cênicas possam contribuir para a difusão deste conhecimento, pois as artes da cena trazem em si a essência do fazer e do pensar sobre o fazer considerando as identidades, as particularidades e a diversidade. Há várias formas de se fazer e pensar a arte da cena, diversas formas de se articular teoria e prática, e diversas formas de abordar os processos criativos. Neste sentido, podemos dizer que o modo de fazer reflete o pensamento e espelha a identidade de quem faz, e isso gera um processo de reconhecimento de si, do outro e das possibilidades de troca, daí as discussões sobre interculturalidade, transculturalidade e ecologia de saberes.

Em função desta discussão que instaura, a Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas vem propôs um Congresso a fim de pensar essa diversidade e celebrar os 20 anos da Associação. Refletir sobre a diversidade é reconhecer a identidade da ABRACE que é formada por pesquisadores de todas as partes do Brasil e que traz hoje 16 GTs, que se constituem em torno dos mais variados temas.

X Reunião

O tema proposto para a realização da X Reunião Científica da ABRACE foi Artes Cênicas e Direitos Humanos. 

Segundo a ONU, os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Eles incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Esse conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana. 

A finalidade da atual gestão da ABRACE foi a discussão, com seu corpo de associados, sobre Artes da Cena e Direitos Humanos. Seguindo esse foco, a X Reunião Científica da ABRACE teve como finalidade primeira a discussão e problematização das artes presenciais coadunada aos direitos humanos. Sabemos que a arte emanada e produzida em uma época e de um povo é parte integrante da cultura e que essa ação cultural somente tem sentido de ser a partir da liberdade de expressão que é parte integrante da Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu Artigo XIX que versa: 

“Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.”

Desse modo, as artes, e de forma mais específica, as artes presenciais, dependem do respeito aos direitos humanos para sua própria existência plena. Mas para além disso, acreditamos que as artes cênicas também podem exercer um papel fundamental para a própria efetivação, conscientização e robustez da prática dos direitos humanos no mundo, além de possuir o poder de produzir efeitos de resistência quando esses direitos são ameaçados por conjunturas políticas, culturais ou econômicas.  

A finalidade e objetivo dessa reunião científica foi discutir os direitos humanos em relação as artes, e mais especificamente às artes presenciais em seu caráter positivo de efetivação, resiliência, resistência e conscientização.