Resumos

GT – História das Artes do Espetáculo

 

O espectador e o espetáculo

Adriana Gonçalves Maia

Uni-Rio

Palavras-chave: origem essência obra de arte


Este texto foi elaborado como um dos trabalhos da disciplina "O espetáculo como obra de arte" ministrada pelo Professor Doutor José Luiz Rinaldi dentro do PPGT da Uni-Rio e tem como objetivo investigar as relações entre o espetáculo e o espectador a partir de alguns conceitos levantados por Martin Heidegger em seu livro "A origem da obra de arte". Estes conceitos foram pensados em relação à dinâmica do espetáculo teatral, questões como tempo, essência e verdade, fundamentais na obra de Heidegger, fazem parte deste exercício especulativo que lança um olhar sobre a cena no sentido último da arte.




O lundu de Maria Baderna: apontamentos de pesquisa

Adriana Schneider Alcure

UNIRIO

Palavras-chave: Maria Baderna Século XIX Lundu


Esta comunicação tem por objetivo apresentar resultados parciais da pesquisa de pós-doutoramento intitulada: “As danças características no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX: o lundu de Maria Baderna”. Para reconstruir o lundu dançado por Baderna, bailarina clássica italiana que chegou ao Brasil em 1849, apresentarei nesta comunicação a verificação do lundu como gênero musical e as diversas possibilidades de entendê-lo em sua diversidade, implicando em uma análise rítmica dos diversos tipos de lundu.




Os exemplares da "Tim tim por tim tim" de Sousa Bastos

Alberto Ferreira da Rocha Junior (Alberto Tibaji)

UFSJ

Palavras-chave: Tim tim por tim tim Crítica genética Sousa Bastos


Resultado parcial da pesquisa "Arquivos teatrais: letra e voz" no qual se discute o conceito de "exemplar" em contraposição às noções de "cópia" e de "versão". As reflexões são, no caso, originárias da preparação para publicação do texto "Tim tim por tim tim" do escritor português António de Sousa Bastos. Os exemplares da referida revista portuguesa do século XIX pertencem ao acervo particular de Antônio Guerra e ao acervo do Clube Teatral Artur Azevedo, ambos de propriedade da Universidade Federal de São João del-Rei. O trabalho rompe com a dualidade inicial de letra/voz para trazer a ambigüidade do conceito de exemplar: simultaneamente uma unidade igual a outras de uma série e um exemplo a ser seguido.

 

 

 

A Espetacularidade da Praça Pública nos Diálogos de Joaquim Cardozo

Ana Carolina do Rêgo Barros Paiva

UNIRIO

Palavras-chave: dialogismo espetacularidade oralidade


A investigação revela que o autor Joaquim Cardozo absorve as possibilidades formais encontradas nas manifestações espetaculares populares e recria em suas seis peças: O Coronel de Macambira, Marechal, Boi de Carro, O Capataz de Salema, Antônio Conselheiro, De uma Noite de Festa e Os Anjos e os Demônios de Deus um modo de diálogo que na esfera popular se revela para o público fora do suporte gráfico ou da fixidez da escrita, tornando-se monumento através de um outro suporte: o ator. A palavra em seu teatro é antes de qualquer coisa uma voz espetacular, reflexo de uma voz popular independente da escrita.



A pedra no pântano - caminhos possíveis para a utilização de imagens na formação do ator

Ana Maria Pacheco Carneiro

UFU - Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chave: Imagem percepção corpo


Pertencentes à ordem do imaginário, as imagens atuam na apreensão de informações no âmbito do conhecimento sensível. Visando o corpo enquanto organismo e pautada nas teorias cognitivas e nos pensamentos de Merleau-Ponty investigo em meu projeto docente (FAPEMIG/UFU) e, mais profundamente, em minha pesquisa de doutorado — (PPGAC/UFBA) “Fotografias como documentos textuais: o Banco de Textos e Imagens como fonte de investigação sobre o uso da fotografia no ensino do Teatro” — as possíveis contribuições que as imagens/fotografias oferecem na estruturação do corpo do ator. Estudos atuais na área de Psicologia da percepção afirmam que a maioria das informações que o homem recebe vêm por imagens. Na realidade, nunca pensamos sem que uma imagem se forme em nossa mente.




O TEATRO DE GRUPO E A RENOVAÇÃO DO TEATRO NO BRASIL

André Luiz Antunes Netto Carreira

Universidade do Estado de Santa Catarina

Palavras-chave: modelos teatrais produção teatral grupos teatrais


Este estudo reflete sobre o papel do Teatro de Grupo na renovação do teatro brasileiro na segunda metade do séc. XX. Parto da importância do trabalho dos grupos amadores como Teatro de Brinquedo, Teatro do Estudante do Brasil, Teatro Experimental do Negro, entre outros para estabelecer relações entre essa linha de tradição e a conformação de modelos de teatro de grupo na atualidade. Discuto a forma ‘grupo’ e como hoje, ela predomina, especialmente, como alternativa de teatro independente, relacionando seus discursos identitários com os processos de mercantilização que caracterizam o financiamento da cultura no país.




Tradição versus modernidade no teatro brasileiro: Candida, de Bernard Shaw , pela Companhia Eva e seus artistas

Angela de Castro Reis

UFBA

Palavras-chave: teatro brasileiro “antigo” teatro brasileiro moderno


A partir da análise de duas traduções da peça Candida, de Bernard Shaw, e de três longas críticas de Décio de Almeida Prado ao espetáculo exibido pela Companhia Eva e seus artistas em São Paulo, em outubro de 1946, é possível aferir os procedimentos como adaptador de Luiz Iglezias – empresário, autor teatral e marido da atriz Eva Todor, principal figura da companhia. A comparação dos dois textos, bem como o choque causado pela montagem no crítico paulista, permite verificar as diferenças estruturais e os embates entre o teatro “antigo” e o teatro moderno no Brasil na década de 40 do século XX.





Os estúdios do Teatro de Arte de Moscou e a formação da pedagogia teatral no século XX

Camilo Scandolara

Universidade Estadual de Londrina

Palavras-chave: Estúdios teatrais Stanislávski Sulerjítski


Esta comunicação sintetiza parte da dissertação de mestrado “Os estúdios do Teatro de Arte de Moscou e a formação da pedagogia teatral no século XX”, defendida no programa de pós-graduação em Artes da Unicamp, sob orientação da Profª. Drª. Maria Lúcia Levy Candeias. Considerando a experiência dos estúdios do Teatro de Arte de Moscou como um dos pilares da formação da tradição teatral ocidental do século XX, busca-se apontar algumas das influências das pesquisas realizadas por Konstantin Stanislávski, Leopold Sulerjítski e Evguiêni Vakhtângov no contexto dos estúdios teatrais na tradição teatral ocidental do século XX.





O Teatro de revista como espelho da cidade

Cláudio José Guilarduci

Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG

Palavras-chave: Teatro de Revista Espaço cênico Espelho da cidade


O Teatro de revista como espelho da cidade Cláudio Guilarduci Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG GT - História das Artes do Espetáculo Palavras-Chave: Teatro de Revista; Espaço cênico; Espelho da cidade. Este trabalho problematiza a idéia do teatro de revista como um espelho capaz de mapear uma cidade, ou melhor, essa reflexão visa repensar esse modo de produção teatral como um lugar privilegiado para entender as articulações e negociações que ocorriam nas praças públicas. Pois tanto a cidade quanto as cenas revisteiras estão vinculados a uma multiplicidade de olhares e de significações que espelham a partir de um entrelugar os discursos homogêneos que a própria coletividade construiu nas alteridades cotidianas.





Subvertendo hierarquias e retraçando fronteiras: gênero dramático e escrita teatral no circo-teatro de Benjamim de Oliveira

DANIEL MARQUES DA SILVA

UFBA

Palavras-chave: teatro brasileiro circo-teatro melodrama circense


A produção teatral de Benjamim de Oliveira, palhaço negro considerado o principal responsável pela consolidação do circo-teatro no Brasil, oferece importantes subsídios para o estudo das hierarquias entre os gêneros teatrais presentes no teatro brasileiro da virada do século XIX para o XX. A hipótese da presente comunicação é que, ao reunir a busca de um novo público pagante, a recombinação de elementos já existentes no universo espetacular do circo, a utilização de ritmos populares e a criação de uma dramaturgia, o circo-teatro proposto por Benjamim de Oliveira retraçou as fronteiras, subvertendo as hierarquias existentes entre os gêneros dramáticos da época.





Teatro anos 80: uma década vazia?

Eder Sumariva Rodrigues

Universidade do Estado de Santa Catarina

Palavras-chave: Teatro anos 80 Teatro de Grupo Grupos de Teatro


Esta pesquisa traz reflexões a respeito do Teatro Brasileiro na década de 80, principalmente no diz respeito às questões referentes à formação de grupos neste período. Este período pode ser considerado uma fase de transição para teatro em que buscava novos rumos para trilhar, uma reformulação nas bases conceituais que há muito tempo estavam rígidas. Neste período, foram desenvolvidas características nos grupos teatrais que permitiu desenvolver com clareza os princípios que norteariam o projeto grupal. Assim, pode-se melhor compreender o fenômeno do Teatro de Grupo que atualmente representa um dos elementos mais dinâmicos da cena nacional.




A primeira escola de teatro (1908-2008)

Elza de Andrade

UNIRIO

Palavras-chave: criação, centenário, Escola de Teatro Martins Pena


A primeira escola de teatro brasileira foi criada em 1908, no Rio de Janeiro. Ela nasceu atrelada à construção do Teatro Municipal e Coelho Neto foi seu primeiro diretor. O currículo inicial apresentou cinco cadeiras, sendo quatro professores membros da Academia Brasileira de Letras. Essa escola existe até hoje com o nome de Escola de Teatro Martins Pena, localizada no centro do Rio de Janeiro, e completa, nesse ano de 2008, seu centenário de criação. Sempre envolvida em muitas dificuldades, a sua permanência é uma grande vitória dos seus alunos, funcionários e professores.





Ensino/aprendizagem circense: projeto transversal de política social

Erminia Silva Cefac

Centro de Formação Profissional em Artes Circenses

Palavras-chave: teatralidade circense , história, memória. circo como educação permanente história e memória circenses


Quando se pesquisa circo, entramos em contato com o modo como os circenses relatam as suas aprendizagens para se tornarem artistas. Esta era adquirida no interior do mundo da lona, transformando aquele espaço, durante o século XIX até mais ou menos a década de 1950, em importante escola que formava seus próprios componentes a partir de uma metodologia de educação permanente, ou seja, a consolidação do saber era e é realizada a partir da reflexão do próprio trabalho. Pensar na transversalidade da linguagem circense é voltar-se para um novo sentido de produção coletiva do fazer – como uma atividade entre as culturais, artísticas e esportivas – que pode fazer das meninas e meninos aprendizes/mestres permanentes.




Cenografias de Lina Bo Bardi no eixo Rio - São Paulo. Entre vanguarda e tradição?

EVELYN FURQUIM WERNECK LIMA

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave: Cenografia; Poética do espaço Tropicalismo


O texto discute as práticas cenográficas de Lina Bo Bardi a partir de seu retorno para o eixo Rio-São Paulo. Artista de vanguarda, porém inspirada nas tradições populares, Lina ambienta Na Selva das Cidades, de Brecht (1969), Gracias, Señor, criação coletiva (1972) e, em 1985, Ubu – Folias Physicas Pataphysicas e Musicaes ( interpretação livre do Ubu-Rei de Jarry). A pesquisa identificou uma linguagem poética de caráter surrealista nestes trabalhos da arquiteta.





A cenografia como elemento de construção do trágico: Medéia, de Antunes Filho

Gilson Moraes Motta

Universidade Federal de Ouro Preto

Palavras-chave: tragédia grega teatro brasileiro contemporâneo cenografia


A comunicação busca expor parte do resultado da pesquisa de Pós-Doutorado que vem sendo realizada na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO) sobre o espaço cênico e a cenografia nas montagens de tragédias gregas realizadas na cena brasileira contemporânea. Esta comunicação aborda dois espetáculos produzidos pelo diretor Antunes Filho no Centro de Pesquisas Teatrais (CPT) do SESC São Paulo: Medéia, de Eurípides, produzida em 2001 e Medéia 2, nova versão do primeiro espetáculo, realizada em 2002. A partir da descrição e da análise da cenografia dos dois espetáculos, buscaremos mostrar como a cenografia pode contribuir para a elaboração do conceito de trágico.




Jouvet e Ziembinski - As inovaçõs na iluminação cênica brasileira

Ivo Godois

Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC

Palavras-chave: Iluminação Modernidade Inovações


O Francês Louis Jouvet (1887-1951) foi pesquisador também na área de iluminação. Como diretor de espetáculos passou pelo Brasil nos anos de 1941/42. Dentre os vários admiradores da temporada, estavam integrantes do Grupo os Comediantes que mais tarde encenaram a peça Vestido de Noiva, texto de Nelson Rodrigues. Esta montagem traz inovações nos cuidados com a iluminação e torna-se um divisor de águas na área. Este texto procura trazer apontamentos de dados buscando uma ligação entre o trabalho de Louis Jouvet e a modernidade na iluminação cênica





A Técnica de Dublagem n’As Cenas da Paixão Segundo Congonhas

Júnia Cristina Pereira

Escola de Belas Artes/UFMG

Palavras-chave: Interpretação Distanciada Encenação da Paixão de Cristo


Trata-se de um ensaio no qual é discutido o processo de empatia n'As Cenas da Paixão Segundo Congonhas, comparando uma técnica de dublagem, que caracterizava uma interpretação distanciada , com uma encenação mais realista com textos ao vivo; utilizando, para isso, o relato de seus participantes.





A invenção de um teatro proletário sem rancor: textos e formas de leitura no “Estado Novo"

Kátia Rodrigues Paranhos

Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chave: teatro operário "Estado Novo" formas de leitura


Esta comunicação examina a comédia Julho, 10! produzida por operárias em plena ditadura do governo Vargas. O texto dialoga o tempo todo, com os princípios erigidos pelo “Estado Novo”, num tipo de “engajamento às avessas”, ou seja, alinhado com a lógica do capital. Mesmo estando em sintonia com todo o repertório governamental que propagava a harmonia entre as classes, levanta uma questão importante: apesar da condenação e da tentativa de ocultação das lutas dos trabalhadores, essa operação não deixa de conter a revelação da lembrança dessas mesmas lutas, ou melhor dizendo, representações do mundo do trabalho e do movimento operário.




Uma experiência com máscaras no Brasil: o espetáculo O arranca dentes (1985/86)

LESLYE REVELY DOS SANTOS

UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SÃO PAULO

Palavras-chave: commedia dell'arte máscaras Francesco Zigrino


Na década de 80, em São Paulo, o diretor italiano Francesco Zigrino veio para o Brasil trabalhar com as máscaras da commedia dell’arte. Desse processo, com cursos e montagens teatrais, formaram-se vários profissionais que deram continuidade à aproximação da atuação teatral com as máscaras e hoje são referências no teatro. Um espetáculo referência foi O arranca dentes dirigido na Universidade São Paulo - USP pelo italiano. Esse espetáculo, considerado um dos pioneiros na montagem baseado num canovaccio, foi montado e re-montado pelas atrizes, cuja ultima montagem foi premiada na época devido à sua adaptação à realidade histórica e cultural do Brasil. Um exemplo antropofágico de uma técnica estrangeira para uma proximidade às nossas características culturais.





DO CLASSICISMO FRANCÊS À ESCOLA MODERNA: um estudo comparativo sobre a estética vocal de Sarah Bernhardt e Eleonora Duse.

Lidia Becker

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave: estética vocal historicidade voz em cena.


Na ausência de fontes primários, elaborou-se a pesquisa com base da recepção − biografias e críticas da época − analisando-se os efeitos que a arte de Sarah Bernhardt e Eleonora Duse causavam no público e na crítica. Propõe-se um diálogo com os demais elementos da cena, como agente facilitador no processo de criação do espetáculo. Entende-se que a voz tem historicidade, estética própria e os seus próprios padrões metodológicos. PALAVRAS-CHAVE: estética vocal, historicidade, voz em cena.





Cultura e memória do teatro no Triângulo das Minas Gerais

Luiz Humberto Martins Arantes

Universidade Federal de Uberlândia/FAPEMIG

Palavras-chave: Teatro Memória História


Esta comunicação pretende expor alguns resultados já alcançados com o projeto Memórias e Processos do Ator no Triângulo Mineiro desenvolvido no Curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia, desde 2007. Com o apoio de referências teóricas da história regional e da micro-história e, principalmente, numa já existente historiografia de teatro regional, o projeto tem trabalho um recorte que vai de 1970 a 1995, o que antecede a implantação na cidade, do curso de Teatro. Período intenso de produção teatral, de surgimento de grupos e de instauração de práticas teatrais que também fizeram frente às tensões impostas pelo regime militar.



Tirando a máscara: a questão racial nas artes cênicas

Mara Lucia Leal

Universidade Federal da Bahia

Palavras chave: Teatro Brasileiro Racismo Teatro Negro


Com esta comunicação relato os atuais encaminhamentos de minha pesquisa de doutorado, na qual pretendo responder a seguinte pergunta: Como as artes cênicas têm dialogado com os diferentes mitos raciais existentes no Brasil? Aqui trato de uma das conseqüências de se tomar a diferença racial como forma de exclusão do outro e sua repercussão no teatro: a tentativa de apagamento do indivíduo negro como ator social e seu conseqüente sumiço da cena até meados do século XX. No texto dramático isso se dava pela pouca construção de personagens negras ou pela reiteração dos preconceitos sociais; no texto cênico através do blackface, ou seja, essas personagens eram representadas por atores brancos pintados. Relato, então, alguns exemplos de práticas que tentaram reverter essa cena toscamente pintada.

 

 

Teatro mentale, teatro di pietra: caminhos do balé O lago das fadas

Maria de Lourdes Rabetti (Beti Rabetti)

UNIRIO- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave: circuitos culturais modelos e variantes co-presenças


Entre a primeira composição do Le lac des fées, ópera francesa de 1839, e a versão “baile fantástico” de O lago das fadas dançado no Teatro São Pedro, na corte do Rio de Janeiro em 1849, histórias de convergências e derivações parecem confirmar as vicissitudes de um teatro feito de projetos e sonhos de diferentes tipos, mas também de pedras, tijolos e madeira de que são feitos os teatros e seus palcos. O texto reporta sinalizações e disponibiliza informações encontradas no percurso decenal deste Lago feito e refeito a partir das boas intenções de modelos a seguir e das impurezas da realidade dos modos de produção espetacular oitocentista.





Novas perspectivas críticas para a história do teatro: abordagem à fotografia de cena

Maria Filomena Vilela Chiaradia

UNIRIO

Palavras-chave: Iconografia teatral Fotografia de cena Teatro de revista


O estudo das coleções fotográficas da Cia. Walter Pinto (RJ) e da Cia. Eugenio Salvador (Lisboa) nos induz a uma leitura autônoma da imagem cuja abordagem segue a disciplina de Iconografia Teatral. Discernir a especificidade da fotografia de cena e seu modo de produção revelado por seus realizadores -os fotógrafos- inicia o percurso de análise do corpus iconográfico criado para a investigação da coleção, inquirindo sobre a articulação entre o produtor da imagem, seus usos e funções, o espetáculo teatral e seus diversos elementos e sua recepção.





Santa Rosa, sobre Nelson Rodrigues

Niuxa Dias Drago

PPGT - UNIRIO

Palavras-chave: Santa Rosa cenografia A Falecida


Santa Rosa foi responsável pela concepção cênica de cinco das sete peças de Nelson Rodrigues que foram ao palco até 1956, ano de sua morte. Procuraremos identificar características que fazem desta cenografia uma concepção inédita no teatro brasileiro, e mesmo no conjunto dos trabalhos do cenógrafo. Para isso, serão comparados os cenários de Vestido de Noiva (1943) e o de A Falecida (1953), reconstituído a partir de imagens. Aprofundando-se nas teorias espaciais da vanguarda européia, Santa Rosa criou diversidade de planos para abrigar os cortes e a profusão de espaços domésticos e urbanos apresentados. Elementos destorcidos assimilavam a face expressionista da obra rodrigueana.





A MALDIÇÃO DO VALE NEGRO: ASPECTOS DO MELODRAMA DO CIRCO-TEATRO QUE SUBSIDIARAM A MONTAGEM

Paulo Ricardo Merisio

Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chave: encenação melodrama circo-teatro

 

Esta comunicação apresenta resultados parciais do projeto docente O melodrama como recurso poético para encenadores, em andamento no âmbito do Curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia. Tem como objetivo principal apontar aspectos do melodrama circense teatral presentes no processo de encenação do espetáculo A maldição do Vale Negro, texto de Caio Fernando Abreu e Luiz Arthur Nunes, realizado pelo grupo Trupe de Truões em Uberlândia/ MG e dirigido por mim.

 

 

 

 

 

 

O biográfico no novo teatro portenho

Paula Fernández

Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires

Palavras chave: Teatro biográfico Novo teatro portenho Procedimentos cênicos


O presente trabalho reflete sob a importância que o gênero biográfico adquire nos espetáculos do denominado “novo teatro portenho”, analisando alguns ciclos realizados durante a decada do 2000 na cidade de Buenos Aires(Proyecto Museos; Proyecto Biodrama; Proyecto Archivos,Proyecto 05, etc).O propósito é indagar na forma de construçao que utiliza o "real" para crear uma ficção autônoma que de maneira fragmentada, diluída, e/ou distorcida permite inferir um referente (objeto, pessoa, história)tomado da realidade. Ë uma reflexao sobre o jogo que se estabelece entre realidade - ficção e sob a descomposiçao dos limites "do real”.

 

 

 

 

 

 

 


A peça histórica no âmbito das formas teatrais pós-dramáticas

Stephan Arnulf Baumgärtel

UDESC

Palavras-chave: Teatro pós-dramático Peça histórica Estética teatral


A comunicação analisa a encenação Wallenstein do grupo alemão Rimini-Protokoll como uma forma de montar peças históricas num contexto pós-dramático. Esta montagem não encena a peça e sua trama, mas põe em cena momentos da realidade atual que podem ser vinculados a motivos da fábula da peça. Deste modo, a encenação dá visibilidade a uma pesquisa histórica em forma fragmentada e anedótica, vinculada ao imaginário social e histórico tanto da peça quanto dos leitores atuais. A recepção só pode ser frutífera para espectadores que exploram a capacidade desta fragmentação de fazer pensar sobre as diferentes dimensões na história da peça Wallenstein.





DO CORPO VESTIDO AO CORPO NU

Vera Regina Martins Collaço

Centro de Artes - UDESC

Palavras-chave: Teatro de Revista Corpo Feminino Vedetes e Girls


Pretendo nesta comunicação apontar para uma análise das significações que o corpo feminino adquiriu ou foi adquirindo no Teatro de Revista brasileiro desde o final do século XIX até sua desintegração, enquanto gênero específico, no final da década de 1960. Para tanto, o recorte estabelecido neste trabalho diz respeito apenas ao corpo feminino. E do corpo feminino, deste teatro, focalizo minha atenção apenas no corpo das vedetes e das girls. Trabalho este recorte em tres aspectos: o corpo vestido, o corpo despedido e o corpo nu. Correspondendo a tres momentos da história do teatro de revista brasileiro.





O carater e o tipo no trabalho da máscara cômica

Vinicius Torres Machado

Universidade de São Paulo

Palavras-chave: carater tipo máscara


Procuramos diferenciar o que vem a ser um tipo e um caráter no do trabalho da máscara cômica expressiva com tradição na commedia dell’arte. Entendemos o caráter como a somatória de traços éticos que podem variar de acordo com a organização das ações em determinada fábula. Já o tipo seriam os elementos constantes da representação do ator e que não se alteram independente da fábula em que esteja inserido. No trabalho da máscara o tipo e o caráter são forças que podem atuar ao mesmo tempo na constituição do agente.




Cultura e Prática Teatral: prefácio "modo de usar"

Walter Lima Torres Neto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Palavras-chave: PREFÁCIO DRAMATURGIA ESPETÁCULO


GT - História das Artes do Espetáculo


No âmbito de minha área de atuação, — Cultura e Prática Teatral: dramaturgia, história e linguagens na graduação e na pós-graduação do Curso de Letras da UFPR, tenho investigado e problematizado a condição e a função dos prefácios teatrais. A presente comunicação tem por objetivo apresentar algumas conclusões provisórias acerca da funcionalidade e permanência do prefácio discutindo seu lugar junto ao texto e a cena teatral. Para tanto, procuramos demonstrar as relações entre as idéias de um autor dramático e os práticos da cena dedicados à transposição dessa dramaturgia utilizando textos do repertório nacional e estrangeiro.



C U O R E